quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Morre Diego Armando Maradona. Napoli muda o nome do estádio para homenageá-lo

O prefeito da cidade de Nápoles, Luigi de Magistris, anunciou que rebatizará o estádio do Napoli de estádio San Paolo para Diego Armando Maradona. A decisão se deu após a morte do ídolo argentino na última quarta-feira(25). Maradona fez história no Napoli conquistando, até o momento, seus únicos  campeonatos italianos(scudetos) nas temporadas de 1986-1987 e 1989-1990),e sua única Liga Europa(no ano de 1989, na época chamada de Copa da Uefa). Maradona jogou por seis anos no clube italiano, entre 1984 e 1991 até ser suspenso por doping pela primeira vez.

A HISTÓRIA DE MARADONA ANTES DE JOGAR NO NAPOLI

Nascido Diego Armando Maradona, o craque argentino não teve uma infância fácil – pelo contrário. Seus tempos de criança na Villa Fiorito, uma favela situada na periferia de Buenos Aires, foram marcados pelas incansáveis peladas com os amigos nas ruas e também pela situação que beirava a miséria dentro de sua casa. Dieguito, inclusive, chegou a declarar que só mais crescido entenderia porque sua mãe, em diversas oportunidades, afirmava estar indisposta na hora do jantar – o fazia apenas para que os filhos tivessem o que comer.Em meio a toda essa pobreza, Maradona tinha nas partidas de futebol em campos de terra a sua grande alegria. Já aos nove anos se destacava por simplesmente humilhar todos os garotos mais velhos com os quais jogava. Pequeno e magro, o garoto não se intimidava, além de impressionar pela velocidade, a agilidade e a inteligência com a bola nos pés. Todas essas características fizeram com que o menino fosse selecionado pelo Estrella Roja, pequeno time de seu bairro que disputava campeonatos infantis amadores.Suas atuações pelo Estrella logo chamaram a atenção de times maiores, que disputavam campeonatos profissionais e possuíam maior estrutura para lidar com garotos como Maradona. E o primeiro a bater à porta da casa – literalmente – da casa da família de Diego foi o Argentinos Juniors, time que ofereceu à promessa a chance de atuar pelo Los Cebollitas, equipe amadora afiliada à equipe. Caso as atuações dos tempos de Estrella Roja fossem repetidos, o garoto então seria contratado para atuar na capital argentina.E o sucesso de Maradona no Cebollitas, é claro, aconteceu. Suficiente para o garoto conseguir, em 1976, uma vaga nos profissionais do Argentinos. Com apenas 15 anos – completaria 16 dez dias depois -, Diego fez sua estreia entre os profissionais da equipe e logo se firmou entre os titulares, encantando com seu futebol arte em todos os campos em que atuava. Seu time, porém, não correspondia, e apesar da evidente melhora em sua vida, uma vez que a família agora tinha sua própria casa em Buenos Aires, a saída para um clube maior era questão de tempo.Tempo este que não demorou a chegar: em 1981, o Boca Juniors conseguiu levar o jovem para La Bombonera, causando grande impacto em sua enorme torcida. Dentro de campo, Maradona correspondeu com a camisa do clube mais popular da Argentina. Apesar de ter ficado pouco tempo em La Boca, o Pibe de Oro, como passou a ser conhecido, teve importância fundamental na conquista do título argentino logo em seu ano de chegada. O destaque atuando pela equipe xeneize, onde marcou 28 gols em 44 partidas, logo chamou a atenção de um dos maiores gigantes europeus.Já consolidado como um dos grandes craques da década de 1980, Maradona, então com apenas 22 anos, foi contratado a peso de ouro pelo Barcelona. No Camp Nou, o Pibe passou a encantar todos os europeus com o futebol que já era bem conhecido na América. Rápido e letal, o craque continuou somando títulos em sua passagem pela Espanha. Vencedor da Copa do Rey e da extinta Copa de la Liga, Maradona somava problemas extracampo com algumas lesões sérias, mas sempre atuando em altíssimo nível pelo time da Catalunha. Na Espanha, porém, Diego passou a ter seus primeiros contatos com aquela que seria responsável por sua grande derrocada: a cocaína.

A HISTÓRIA DE MARADONA NO NAPOLI 

115 GOLS E MUITOS TÍTULOS

 As frequentes discussões com importantes diretores do Barcelona desgastaram a imagem de Maradona na Espanha. Somadas às brigas do craque dentro de campo, foram suficientes para que uma transferência se tornasse mais do que necessária. É neste momento que a paixão entre Diego Maradona e Nápoles começa.Por um recorde de transferência à época, Maradona saiu do Barcelona para ser o maior nome do Napoli. Após alguma discussão sobre a origem do dinheiro que trouxe o craque para a Itália – que para muitos vinha da poderosa máfia napolitana -, o Pibe foi apresentado diante de um San Paolo lotado, que depositava no meia-atacante argentino todas as esperanças de obter sucesso na Serie A. A trajetória iniciada em 1984, com uma derrota para o Verona, que se sagraria campeão naquela temporada, só seria coroada com títulos alguns anos mais tarde. Antes, porém, o jogador obteve a glória máxima dentro do futebol – mas não com a camisa azzurra.Já considerado o melhor jogador em atividade, Maradona teve em si todos os olhos mundiais durante a disputa da Copa do Mundo de 1986, no México. Consagrado na Argentina, na Espanha e já idolatrado na Itália, o Pibe precisaria provar que poderia obter sucesso com a seleção após fracassar quatro anos antes, na Copa de 82.Atuando no mais alto nível de sua carreira, Maradona conduziu a Argentina ao seu segundo título mundial, marcando a história não só pela conquista, mas por seus lances geniais. E também lances que rendem polêmica até hoje, como o gol de mão contra a Inglaterra, vítima também de um dos gols mais impressioantes da história das Copas.Consagrado com a taça do Copa em suas mãos, Diego voltou para Nápoles para continuar fazendo história. Treinado por Ottavio Bianchi e jogando ao lado de Bruno Giordano e Careca ,os outros dois componentes do trio MaGiCa, já em 1987, conseguiu levar o Napoli ao seu primeiro scudetto, com uma campanha que o consagrou definitivamente na Itália. No mesmo ano, fez a dobradinha ao levar para os azzurri também ao título da Coppa Italia.A sequência de títulos (ou de disputas, como as que levaram o Napoli ao vice da Serie A em 1988 e 1989) continuou ao longo dos tempos, com Dieguito sendo o principal personagem do bicampeonato italiano, em 1990, além de sua única conquista continental, a Copa Uefa de 1989. Todas as conquistas e a identificação com a torcida alçaram Maradona a um patamar assim do de ídolo. Nápoles passou a tratá-lo como um deus entre os mortais.Numa época em que os clubes de Milão investiam alto em holandeses e alemães e que o futebol italiano como um todo vivia recheado de estrelas do futebol mundial, como Platini, Matthaus, Van Basten, Baggio e Boniek, ter a maior delas – pelo menos para os napolitanos -, que fazia o time ganhar títulos, devolvia a auto-estima para os sulistas, em um país cheio de rivalidades territoriais. Rivalidades que se refletiram na Copa de 1990, disputada na Itália, quando Maradona foi um dos responsáveis por levar a Argentina a um sofrido vice-campeonato, eliminando a Itália na semifinal, disputada no San Paolo. Enquanto em Nápoles muitos italianos torceram por Maradona, na final de Roma contra a Alemanha Ocidental,o hino argentino foi vaiado pela torcida italiana especialmente por causa do craque.Todos por Maradona: craque era o líder do elenco napolitano (Interleaning)A consagração como jogador, porém, não afastou o craque do vício na cocaína. Lidando com a doença e o futebol ao mesmo tempo, Maradona raramente deixava de atuar pelo Napoli, mas era constantemente visto drogado nas noites napolitanas. Os problemas com a cocaína aliado a uma suposta amizade com integrantes da famosa máfia Camorra desgastaram a imagem do Pibe na Itália não abalando em nada a idolatria dos torcedores do NapoliO final da passagem pela equipe de Nápoles marcou o final da época áurea de Maradona. Com a mesma genialidade de sempre mas cada vez mais afundado nas drogas, o argentino foi flagrado no antidoping em 1991 e, depois de longa suspensão, partiu para o Sevilla treinado pelo amigo Carlos Billardo, deixando os azzurri após 259 partidas, 115 gols e exaustivos 86 dias de batalhas judiciais. 

Diego Armando Maradona

Nascimento: 30 de outubro de 1960, em Lanús, Argentina
Morte: 25 de novembro de 2020, em Tigre, Argentina
Posição: meia-atacante
Clubes como jogador: Argentinos Juniors (1976-1981), Boca Juniors (1981-1982 e 1995-1997), Barcelona (1982-1984), Napoli (1984-1991), Sevilla (1992-1993) e Newell’s Old Boys (1994-1995)
Títulos: Campeonato Argentino (1981), Serie A  italiana (1987 e 1990), Copa Uefa (1989) pelo Napoli, Coppa Italia pelo Napoli (1987)  , Supercoppa Italiana pelo Napoli (1991), Copa do Rei (1983), Supercopa da Espanha (1983)
Seleção argentina: 91 jogos e 34 gols

Pelo Napoli foram 259 partidas marcando  115 gols 


                                 A CHEGADA DE MARADONA AO SSC NAPOLI EM 1984

 

                 Maradona levanta o troféu da UEFA EUROPA LEAGUE, antiga COPA DA UEFA de 1989


                         MARADONA levantando o segundo Scudetto pelo Napoli na temporada 1989/1990

FONTE   https://calciopedia.com.br/2011/02/jogadores-diego-armando-maradona.html