Temporada 1986-1987 –
1º Escudetto
A Campanha
Turno
14/09- Brescia 0x1 Napoli
21/09-
Napoli 1x1 Udinese
28/09-
Avellino 0x0 Napoli
05/10- Napoli 3x1 Torino
12/10- Sampdoria 1x2 Napoli
19/10- Napoli 2x2 Atalanta
26/10- Roma 0x1 Napoli
02/11- Napoli 0x0 Internazionale
09/11- Juventus 1x3 Napoli
23/11- Napoli 4x0 Empoli
30/11- Napoli 0x0 Verona
14/12-
Milan 0x0 Napoli
21/12-
Napoli 2x1 Como
04/01- Fiorentina 3x1 Napoli
11/01- Napoli 3x0 Ascoli
Returno
18/01- Napoli 2x1 Brescia
01/02- Udinese 0x3 Napoli
08/02- Napoli 3x0 Avellino
22/02- Torino 0x1 Napoli
01/03- Napoli 1x1 Sampdoria
08/03- Atalanta 0x1 Napoli
15/03- Napoli 0x0 Roma
22/03- Internazionale 1x0 Napoli
29/03- Napoli 2x1 Juventus
05/04- Empoli 0x0 Napoli
12/04- Verona 3x0 Napoli
26/04-
Napoli 2x1 Milan
03/05-
Como 1x1 Napoli
10/05- Napoli 1x1 Fiorentina
17/05- Ascoli 1x1 Napoli
CLASSIFICA (FINAL TABLE) In casa In trasferta Totale Reti Punti Incontri V. N. P. V. N. P. V. N. P. A. P. 1.NAPOLI 30 8 7 0 7 5 3 15 12 3 41 21 42 2.Juventus 30 11 3 1 3 8 4 14 11 5 42 27 39 3.Internazionale 30 12 2 1 3 6 6 15 8 7 32 17 38 4.Verona 30 10 4 1 2 8 5 12 12 6 36 25 36 5.Milan 30 8 5 2 5 4 6 13 9 8 31 21 35 [*] 6.Sampdoria 30 9 4 2 4 5 6 13 9 8 37 21 35 [*] 7.Roma 30 8 4 3 4 5 6 12 9 9 37 31 33 8.Avellino 30 5 8 2 4 4 7 9 12 9 31 38 30 9.Como 30 3 9 3 2 7 6 5 16 9 16 20 26 10.Fiorentina 30 7 4 4 1 6 8 8 10 12 30 35 26 11.Torino 30 7 5 3 1 5 9 8 10 12 26 32 26 12.Ascoli 30 4 5 6 3 5 7 7 10 13 18 33 24 13.Empoli 30 5 6 4 3 1 11 8 7 15 13 33 23 14.Brescia 30 7 4 4 0 4 11 7 8 15 25 35 22 15.Atalanta 30 7 4 4 0 3 12 7 7 16 22 32 21 16.Udinese 30 5 7 3 1 5 9 6 12 12 25 41 15 [+]
NAPOLI: Garella (29); Bruscolotti (25), Ferrara (28); Bagni (28), Ferrario (29), Renica (29); Carnevale I (27), De Napoli (28), Giordano (26), Maradona (29), Romano F. (24); Volpecina (25), Caffarelli (21), Sola (16), Muro (11), Marino (4), Bigliardi (3), Di Fusco (1). Allenatore: Ottavio Bianchi.
COMO MARADONA LEVOU O NAPOLI AO SEU
1º SCUDETTO
Fonte: UOL
Caio Bitencourt, do Partenopeo
Depois de uma
apresentação e de uma chegada apoteótica, Maradona foi tratado como um rei em
Nápoles. Só faltava jogar e melhorar o desempenho horrível do Napoli, que na
temporada anterior havia brigado até contra o rebaixamento.Para alguns, ele
ainda não era nem digno da alcunha de "craque". Pesava ainda a
derrota da Argentina na Copa de 82. Ou de ser um "preguiçoso e que não
gosta de trabalhar", como apontaram alguns jornais catalães após sua saída
do Barcelona. A expectativa da estreia findou-se nos jogos da Coppa Italia,
quando estreou em casa numa goleada contra o Arezzo e marcou seu primeiro gol
com a camisa azzurra. Em setembro, veio a Serie A, com estreia fora de
casa contra o Verona. Derrota por 3 a 1 para os futuros campeões daquela edição
da liga, em um time histórico comandado por Osvaldo Bagnoli, e com estrangeiros
como o alemão Hans Briegel e o dinamarquês Elkjaer Larsen. Aquela era uma
estreia em um campo hostil para Maradona: no Marcantonio Bentegodì, Diego foi
recebido com faixas de "Benvenuti a Italia" ("Bem-vindo à
Itália") e viu o lado negativo da Itália: a cada vez que tocava na bola,
uma parte da torcida do Verona imitava sons de macacos.A primeira vitória na
Serie A, só viria na 4ª rodada, quando após empate com a Samp em casa, e a
surra sofrida para o Torino de Júnior, o Napoli venceu o Como em casa por 3 a
0, com Diego deixando sua marca. Mas a primeira parte da temporada foi
irregular. Muitos pontos perdidos, sequência de 3 derrotas seguidas em
clássicos, até a virada do ano para 1985, quando o Napoli melhorou no
campeonato. Logo nos primeiros jogos do ano, decidiria vitórias diante da
Udinese de Zico e da Fiorentina de Passarella e Sócrates. Em meio a eliminação
na Coppa para o Milan nas oitavas, vieram vitórias em clássicos contra o
Avellino, Inter e diante da futura rebaixada Lazio, em partida que Maradona
marcou sua primeira tripletta pelo Napoli. Mas o jogo da temporada que seria
uma pista do futuro de Diego seria o confronto contra a Udinese, um duelo
particular entre ele e Zico. Em termos de tabela, não mudaria muita coisa.
Ambos estavam longe da vaga na Copa da UEFA. Já haviam sido eliminados da Coppa
Italia, portanto, adeus, Recopa. Scudetto e Champions? Só nos melhores sonhos. Mas
por que esse jogo seria marcante? Em termos de tabela e jogo, apesar do 2 a 2,
nada, o problema, é que o gol marcado por Diego foi.... com a mão. "La
mano de D10S" foi criada em Udine, no estádio Friuli, como o próprio
Maradona confessara depois e relatou um fato ocorrido em campo com Zico, que
havia dito: "Se és um homem honesto, confessa ao árbitro que marcou com a
mão", disse Zico. Maradona respondeu com "Prazer, sou Diego Armando
Deshonesto". Com a 8ª posição na temporada 1984-1985 , o Napoli ficou a 3
pontos atrás do último classificado a Copa da UEFA, o Milan. E no meio de
temporada, o Napoli foi ao mercado. A contratação de Maradona abriu nossas
portas. Se antes jogadores como Paolo Rossi nos recusaram por conta dos temores
da cidade ser perigosa, agora jogadores de seleção passavam a integrar o
Napoli. Em 1984-85 veio o meia italiano Bagni (Inter). Já para a temporada
seguinte, as contratações importantes foram as de Giordano (Lazio) para o
ataque e Garella (Verona) para o gol. Após a derrota diante do Torino, tudo se
voltava para o jogo da 9ª rodada, um confronto que estremeceria a Itália no San
Paolo: Napoli e Juventus. O tradicional clássico entre norte e sul, valendo
para o Napoli uma quebra de um tabu: desde a goleada por 5 a 0 na rival em maio
de 1978 pela Coppa Italia, não vencera mais a Juventus. Chovia demais no San
Paolo. O jogo era lá e cá. O Napoli atacava. A Juve contra-atacava. O
nervosismo predominava, e dois eram expulsos: Bagni, pelo Napoli, e Brio, pela
Juventus. A torcida azzurra reclamava de um pênalti não marcado. Parecia que a
vitória não viria. Mas aos 25 do segundo tempo, falta em dois lances. A chuva
dificultava a visão. A barreira rival era bem montada. Mas isso não é empecilho
quando se tem Diego. Ele recebeu a bola e chutou magistralmente no ângulo de
Tacconi. Gol impossível para muitos. Não para Maradona. O gol da vitória no
clássico depois de 7 anos. O momento foi tão emocionante que há relatos de que
7 pessoas no estádio desmaiaram, algumas com princípio de infarto. Pela
campanha avassaladora da rival, terminou o turno em 2º, a 6 pontos da
liderança. Na virada para 1986, uma série de tropeços fizeram não só a Juventus
disparar ainda mais na liderança, como o Napoli perder até a vice-liderança pra
Roma.Com o foco total na Serie A, o Napoli começou a crescer. Manteve uma
invencibilidade nas 7 primeiras partidas, atrás apenas da absoluta Juventus de
Platini, que emendou 7 vitórias nesses mesmos jogos. A partir de
fevereiro, o Napoli voltou a ter o bom ritmo do primeiro turno, com direito a
vitórias sobre Torino e Inter em casa, e a uma doppietta em Milan e Avellino.
Com o final da temporada 1985-1986 e
a 3ª colocação, foi confirmada também a vaga na seguinte Copa da UEFA. Um sinal
de que Maradona estava mesmo em boa forma e que tinha se adaptado completamente
ao ritmo do futebol italiano. Na Serie A, ele e seus 11 gols só estiveram atrás
de Roberto Pruzzo (Roma, 19 gols), Karl-Heinz Rummenigge (Inter, 13 gols) e
Michel Platini (Juventus, 12 gols).Adaptação perfeita para a Copa do Mundo no
México. Copa que logo de cara na primeira fase já teria o confronto entre
Itália e Argentina, reeditando a última Copa, em 1982. O confronto interno
entre Bagni, convocado para a Azzurra, e Maradona. Após a Itália vencer a
Bulgária na estreia e a Argentina vencer a Coreia do Sul na estreia, Itália e
Argentina se enfrentaram em Puebla. Os italianos saíram logo na frente, com gol
de pênalti de Altobelli, da Inter. Era tarefa de Bagni, que na temporada da
Serie A ficou suspenso em 5 das 30 rodadas, parar Maradona. Mas não conseguiu.
Maradona aos 34 foi lançado por Valdano e tocou por cima de Galli para empatar
o jogo. O placar terminaria empatado, mas Maradona fora reconhecido como o
melhor em campo naquele dia.Os destinos seriam distintos. Apesar de ambos irem
para as oitavas, a Itália rodou logo, sendo eliminada pela França de Platini.
Já a Argentina avançava. passou pelo Uruguai com gol de Pasculli. E iria
enfrentar a Inglaterra, em um jogo que tinha clima pesado pela Guerra das
Malvinas, 4 anos antes. Coube a Maradona ser o redentor argentino. Primeiro com
a polêmica "Mano de Dios", em seguida, enfileirando meio time inglês.
Lineker ainda descontou, mas a Argentina passou para as semifinais. Para
muitos, Maradona teve a melhor atuação da história das Copas ali.Em seguida,
dois gols na semi diante da Bélgica e vaga na final diante da Alemanha
Ocidental. Brown e Valdano colocaram a Argentina na frente, enquanto os alemães
empataram com Rummenigge e Voller. Mas na Copa de Maradona, o título só poderia
sair dos pés de Maradona. E saiu quando ele tocou a bola para Burruchaga marcar
o gol do título argentino.Nada melhor que um título mundial para manter uma
motivação para conquistar um campeonato que não havia chegado nem para o
Napoli, nem para o sul do país. Mas era necessário construir mais a motivação.
Subir degrau a degrau. Ottavio Bianchi, o diretor-esportivo Italo Allodi e o
presidente Ferlaino, precisavam colocar mais boas peças no time. Vieram
Fernando De Napoli, não só identificado pelo nome, mas também pela boa
temporada no Avellino e de estar na seleção italiana que foi ao México. Veio
também para o ataque Carnevale, da Udinese, que, por outro lado nos levou
Bertoni.Mas para disputar os títulos da temporada 1986-1987, havia a mescla dos
que haviam permanecido, como Bagni, Renica e Giordano, com ídolos como Bruscolotti,
e jovens revelações como Ciro Ferrara. Tudo sob a batuta de um gênio que vestia
a 10.Tudo começaria com a Coppa Italia, mas desta vez o Napoli não caiu cedo.
Desta vez, enfrentando só adversários de segunda divisão, como a Lazio e a
Triestina, passou com folga para a próxima fase.Já na Serie A, tudo se
aproximava de um começo irregular. Pra piorar, houve a tragédia na Copa da
UEFA. O Napoli já havia vencido a estreia diante do Toulouse por 1 a 0, gol de
Carnevale, no jogo de ida no San Paolo, e precisaria só de um empate para
classificar para a próxima fase. E no tempo normal os franceses venceram, com
gol de Stopyra. Nos pênaltis, o próprio errou o primeiro para os franceses.
Todos acertaram até a cobrança de Bagni, que chutou em cima do goleiro e
permitiu que Tarantini, campeão mundial com a Argentina em 1978, colocasse o
Toulouse na frente. A cobrança decisiva ficava a cargo de Maradona. E ele
chutou na trave. Napoli eliminado. Maradona era o vilão de uma eliminação, como
na Argentina pós-Copa de 82. Será que ele conduziria mesmo o Napoli à glória?Mais
uma vez só restou a Serie A. E com o foco na liga, o Napoli embalou sequência
de bons resultados. Mas o jogo da redenção de Maradona viria a seguir. Um duelo
de eliminados na Europa nos pênaltis. Um duelo de craques. Juventus e Napoli.
Platini e Maradona. A rival havia sido eliminada da Copa dos Campeões pelo Real
Madrid nos pênaltis no meio da semana. Mas ainda assim era a líder do
campeonato até ali. No domingo, bola rolando no Comunale de Turim, Depois
de um primeiro tempo de pressão bianconera, o 0 a 0 persistia. Até que no
começo da 2ª etapa, após cruzamento na área que Garella rebateu pro meio,
Laudrup colocou a Juventus na frente aos 5 minutos. Parecia que o filme de
sempre iria se repetir. Só parecia, pois o final começava a ficar diferente. O
Napoli insistia em tentar o empate. E aos 28, um escanteio despretencioso
batido por Romano, a bola acaba sobrando pra Ferrario chutar mal, mas ainda
assim a bola entrou mansamente no gol rival. Dois minutos depois, outro
escanteio, agora batido por Maradona, e após outra cabeçada, a bola sobra na
direita pra Giordano virar o jogo. Incrível, o Napoli estava na frente da
Juventus fora de casa! E nos minutos finais, Carnevale faz jogada individual e
descola um curto passe pra Volpecina chutar cruzado e forte e matar o jogo. Era
a vitória do Napoli. A vitória da liderança. A vitória da quebra do tabu. Para
se ter uma ideia da importância dessa vitória, desde 1958 o Napoli não vencia a
Juventus em Turim. Desde então, o Napoli emendou mais 4 jogos sem perder,
vitórias diante de Empoli e Como, e empates sem gols diante dos rivais Verona e
Milan. A primeira derrota foi só em 1987, no fim do 1º turno, fora de casa,
diante da Fiorentina de Ramón Díaz e Antognoni. Sinal de alerta para os
napolitanos: a derrota permitiu a Inter se igualar na liderança com o Napoli.
Liderança que foi recuperada na rodada seguinte com a vitória diante da Ascoli
e a derrota interista diante do Verona. Na virada de turno, 4 vitórias
consecutivas. O ataque já passava a ser conhecido como Ma-Gi-Ca
(Maradona-Giordano-Carnevale). O Napoli perdeu o confronto direto contra a
Inter em Milão por 1 a 0, mas, em tempos de vitória valendo 2 pontos, o
prejuízo não era tão grande. E a Inter continuava atrás. Na rodada
seguinte, um clássico para espantar a má fase. E foi novamente a Juventus a
vítima da vez: o Napoli saiu na frente com um chutaço de Renica que entrou por
baixo das pernas de Tacconi. Platini estava bem marcado por De Napoli. Estava.
Um minuto de desatenção e ele cruzou a bola na cabeça de Serena, que empatou a
partida. Tensão no San Paolo. Ottavio Bianchi olha pro banco e saca sua arma:
Carnevale entrou para mudar a partida. E mudou. Após cruzamento de Maradona,
Carnevale escorou e escorregou, mas a bola caprichosamente sobrou do outro lado
limpa para Romano completar e marcar o gol da vitória. Um gol importante na
luta pelo Scudetto. Uma vitória de um campeão. A distância aumentava. Após a
vitória no clássico, chegou a estar em 5 pontos para os então vice-líderes Roma
e Inter. Distância que fez o Napoli se dar ao luxo de empatar diante do
desesperado Empoli, e perder feio diante do Verona, que fazia uma boa campanha.
Sinal de alerta ligado para o clássico diante do Milan. E novamente o Napoli
deu conta do recado. Novamente com MaGiCa. Carnevale marcou o primeiro, mas o
destaque da partida foi o gol que Maradona marcou, driblando o goleiro Nuciari
(reserva do titular Galli) e chutando sem ângulo e sem chances para o goleiro e
para os zagueiros que tentaram em vão evitar o gol de Diego. O Napoli
agora precisava de pouco para ser campeão. Faltando 2 rodadas para o fim
do campeonato, a pontuação era de Napoli em 1º com 40 pontos, a Inter em 2º com
37 e Juventus em 3º com 36. O Napoli entrava no dia 10 de maio de 1987 com
chances de levar o 1º Scudetto da sua história em casa. O San Paolo lotado, com
85 mil pessoas. O jogo era muito nervoso, disputado, e a Fiorentina não podia
ceder espaços, afinal precisava do ponto para não cair para a Serie B. Maradona
era anulado pela defesa viola. Como fazer para escapar do catenaccio viola? A
resposta se deu aos 29 da primeira etapa, com uma tabela entre Carnevale e
Giordano, que parou dentro da área da Fiorentina e serviu pra Carnevale marcar
e colocar o Napoli na frente e o San Paolo em êxtase. O gol do título? A
Fiorentina não facilitaria as coisas e, 10 minutos depois, um jovem chamado
Roberto Baggio empatou a partida. Com o empate, restava torcer contra a Inter,
que jogava contra a Atalanta. E o lance que confirmou tudo para o Napoli foi um
gol contra. Após cruzamento na área, Zenga se chocou com Ferri, e a bola foi
para o gol. Atalanta na frente e alívio do torcedor do Napoli, que só esperava
o jogo acabar no San Paolo para festejar. E com o apito final, o fim de uma
espera de 60 anos. O fim de um tabu: nunca um time do sul da Itália havia
conquistado um Scudetto.Il ciuccio (O burro, o mascote do Napoli) dominava as ruas
de Nápoles. Maradona, o craque e artilheiro azzurro na Serie A com 11 gols, era
o herói mais festejado. Carros por todos os lados com burros, bonecos de
Maradona pintados de azul, com bandeiras azuis, e bandeiras italianas, além do
Scudetto. E como parte do humor napolitano, algo inusitado: uma faixa em frente
a um cemitério de Nápoles: "vocês não sabem o que estão perdendo".O
Scudetto veio. O Napoli encerrou a temporada com um empate fora de casa com a
Ascoli, e viu a Juventus do aposentado Platini ser vice-campeã, passando a
Inter. Mas a caminhada da temporada não havia acabado. Ainda faltava a cereja
do bolo. A Coppa. Em fevereiro, o Napoli venceu o Brescia no San Paolo por 3 a
0, e terminou o serviço da classificação só no 2º jogo, em abril, em vitória
por 2 a 0 fora de casa. Na fase seguinte passou com facilidade pelo Bologna,
vencendo 3 a 0 na ida e 4 a 2 na volta fora de casa. Ottavio Bianchi colocava
times mistos, em clara prioridade ao Scudetto. Agora, a concentração era
somente na reta final da Coppa, e o Napoli tinha a "obrigação" de
ganhar, já que os outros semifinalistas eram a rebaixada Atalanta e dois times
da Serie B: Cagliari e Cremonese. Contra o Cagliari, mais duas vitórias: na
ida, Maradona decidiu na Sardenha na vitória por 1 a 0. Na volta, goleada por 4
a 1. A final era contra a rebaixada Atalanta. Era a chance de conquistar o que
somente o Torino (1942-43) e a Juventus (1959-60) haviam conseguido até então.
O título foi praticamente garantido no jogo de ida, com a vitória por 3 a 0,
com gols na segunda etapa de Renica, Muro e Bagni. E no jogo de volta, o título
foi assegurado com um gol de Giordano. Mais festa e mais carnaval.O Napoli era
mesmo o melhor time da Itália. Um time que equilibrava um ótimo ataque de
MaGiCa, com uma defesa consistente, comandada por um grande goleiro experiente
como Garella, um ídolo como Bruscolotti e novos ídolos como Renica e o jovem
Ferrara. Sem esquecer da espinha dorsal do meio-campo de Ferrario e Romano e de
De Napoli e Bagni, jogadores da Azzurra,E assim foi a primeira doppietta
da história do Napoli. A terceira na época da história do futebol italiano. Mas
a jornada desse Napoli vencedor não acabava ali. Ainda ia durar mais tempo, e
Maradona logo ganharia um grande parceiro(Careca).A propósito, sobre o sucesso
azzurro em 1986-87, vale relembrar a matéria que a edição da Placar de 24 de
novembro de 1986 fez após a vitória por 3 a 1 no clássico contra a Juve,
falando até dos italianos que torcem para o Napoli no Brasil
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