quarta-feira, 29 de julho de 2015

O primeiro Scudetto do SSC Napoli

Temporada 1986-1987 – 1º Escudetto
A Campanha 
Turno
14/09- Brescia 0x1 Napoli         
21/09- Napoli 1x1 Udinese       
28/09- Avellino 0x0 Napoli
05/10- Napoli 3x1 Torino        
12/10- Sampdoria 1x2 Napoli
19/10- Napoli 2x2 Atalanta
26/10- Roma 0x1 Napoli
02/11- Napoli 0x0 Internazionale
09/11- Juventus 1x3 Napoli
23/11- Napoli 4x0 Empoli
30/11- Napoli 0x0 Verona
14/12- Milan 0x0 Napoli
21/12- Napoli 2x1 Como
04/01- Fiorentina 3x1 Napoli
11/01- Napoli 3x0 Ascoli
Returno
18/01- Napoli 2x1 Brescia
01/02- Udinese 0x3 Napoli
08/02- Napoli 3x0 Avellino
22/02- Torino 0x1 Napoli
01/03- Napoli 1x1 Sampdoria
08/03- Atalanta 0x1 Napoli
15/03- Napoli 0x0 Roma
22/03- Internazionale 1x0 Napoli
29/03- Napoli 2x1 Juventus
05/04- Empoli 0x0 Napoli
12/04- Verona 3x0 Napoli
26/04- Napoli 2x1 Milan
03/05- Como 1x1 Napoli
10/05- Napoli 1x1 Fiorentina
17/05- Ascoli 1x1 Napoli



CLASSIFICA (FINAL TABLE)  In casa  In  trasferta   Totale     Reti      Punti
                 Incontri V. N. P.   V. N. P.     V. N. P.    A.  P.
 1.NAPOLI           30     8  7  0    7  5  3     15 12  3    41  21     42
 2.Juventus         30    11  3  1    3  8  4     14 11  5    42  27     39
 3.Internazionale   30    12  2  1    3  6  6     15  8  7    32  17     38
 4.Verona           30    10  4  1    2  8  5     12 12  6    36  25     36
 5.Milan            30     8  5  2    5  4  6     13  9  8    31  21     35  [*]
 6.Sampdoria        30     9  4  2    4  5  6     13  9  8    37  21     35  [*]
 7.Roma             30     8  4  3    4  5  6     12  9  9    37  31     33
 8.Avellino         30     5  8  2    4  4  7      9 12  9    31  38     30
 9.Como             30     3  9  3    2  7  6      5 16  9    16  20     26
10.Fiorentina       30     7  4  4    1  6  8      8 10 12    30  35     26
11.Torino           30     7  5  3    1  5  9      8 10 12    26  32     26
12.Ascoli           30     4  5  6    3  5  7      7 10 13    18  33     24
13.Empoli           30     5  6  4    3  1 11      8  7 15    13  33     23
14.Brescia          30     7  4  4    0  4 11      7  8 15    25  35     22
15.Atalanta         30     7  4  4    0  3 12      7  7 16    22  32     21
16.Udinese          30     5  7  3    1  5  9      6 12 12    25  41     15  [+]



NAPOLI: Garella (29); Bruscolotti (25), Ferrara (28); Bagni (28), Ferrario (29),
        Renica (29); Carnevale I (27), De Napoli (28), Giordano (26), 
        Maradona (29), Romano F. (24); Volpecina (25), Caffarelli (21),
        Sola (16), Muro (11), Marino (4), Bigliardi (3), Di Fusco (1).
        Allenatore: Ottavio Bianchi.



COMO MARADONA LEVOU O NAPOLI AO SEU 1º SCUDETTO
Fonte: UOL
Caio Bitencourt, do Partenopeo  
Depois de uma apresentação e de uma chegada apoteótica, Maradona foi tratado como um rei em Nápoles. Só faltava jogar e melhorar o desempenho horrível do Napoli, que na temporada anterior havia brigado até contra o rebaixamento.Para alguns, ele ainda não era nem digno da alcunha de "craque". Pesava ainda a derrota da Argentina na Copa de 82. Ou de ser um "preguiçoso e que não gosta de trabalhar", como apontaram alguns jornais catalães após sua saída do Barcelona. A expectativa da estreia findou-se nos jogos da Coppa Italia, quando estreou em casa numa goleada contra o Arezzo e marcou seu primeiro gol com a camisa azzurra. Em setembro, veio a Serie A, com estreia fora de casa contra o Verona. Derrota por 3 a 1 para os futuros campeões daquela edição da liga, em um time histórico comandado por Osvaldo Bagnoli, e com estrangeiros como o alemão Hans Briegel e o dinamarquês Elkjaer Larsen. Aquela era uma estreia em um campo hostil para Maradona: no Marcantonio Bentegodì, Diego foi recebido com faixas de "Benvenuti a Italia" ("Bem-vindo à Itália") e viu o lado negativo da Itália: a cada vez que tocava na bola, uma parte da torcida do Verona imitava sons de macacos.A primeira vitória na Serie A, só viria na 4ª rodada, quando após empate com a Samp em casa, e a surra sofrida para o Torino de Júnior, o Napoli venceu o Como em casa por 3 a 0, com Diego deixando sua marca. Mas a primeira parte da temporada foi irregular. Muitos pontos perdidos, sequência de 3 derrotas seguidas em clássicos, até a virada do ano para 1985, quando o Napoli melhorou no campeonato. Logo nos primeiros jogos do ano, decidiria vitórias diante da Udinese de Zico e da Fiorentina de Passarella e Sócrates. Em meio a eliminação na Coppa para o Milan nas oitavas, vieram vitórias em clássicos contra o Avellino, Inter e diante da futura rebaixada Lazio, em partida que Maradona marcou sua primeira tripletta pelo Napoli. Mas o jogo da temporada que seria uma pista do futuro de Diego seria o confronto contra a Udinese, um duelo particular entre ele e Zico. Em termos de tabela, não mudaria muita coisa. Ambos estavam longe da vaga na Copa da UEFA. Já haviam sido eliminados da Coppa Italia, portanto, adeus, Recopa. Scudetto e Champions? Só nos melhores sonhos. Mas por que esse jogo seria marcante? Em termos de tabela e jogo, apesar do 2 a 2, nada, o problema, é que o gol marcado por Diego foi.... com a mão. "La mano de D10S" foi criada em Udine, no estádio Friuli, como o próprio Maradona confessara depois e relatou um fato ocorrido em campo com Zico, que havia dito: "Se és um homem honesto, confessa ao árbitro que marcou com a mão", disse Zico. Maradona respondeu com "Prazer, sou Diego Armando Deshonesto". Com a 8ª posição na temporada 1984-1985 , o Napoli ficou a 3 pontos atrás do último classificado a Copa da UEFA, o Milan. E no meio de temporada, o Napoli foi ao mercado. A contratação de Maradona abriu nossas portas. Se antes jogadores como Paolo Rossi nos recusaram por conta dos temores da cidade ser perigosa, agora jogadores de seleção passavam a integrar o Napoli. Em 1984-85 veio o meia italiano Bagni (Inter). Já para a temporada seguinte, as contratações importantes foram as de Giordano (Lazio) para o ataque e Garella (Verona) para o gol. Após a derrota diante do Torino, tudo se voltava para o jogo da 9ª rodada, um confronto que estremeceria a Itália no San Paolo: Napoli e Juventus. O tradicional clássico entre norte e sul, valendo para o Napoli uma quebra de um tabu: desde a goleada por 5 a 0 na rival em maio de 1978 pela Coppa Italia, não vencera mais a Juventus. Chovia demais no San Paolo. O jogo era lá e cá. O Napoli atacava. A Juve contra-atacava. O nervosismo predominava, e dois eram expulsos: Bagni, pelo Napoli, e Brio, pela Juventus. A torcida azzurra reclamava de um pênalti não marcado. Parecia que a vitória não viria. Mas aos 25 do segundo tempo, falta em dois lances. A chuva dificultava a visão. A barreira rival era bem montada. Mas isso não é empecilho quando se tem Diego. Ele recebeu a bola e chutou magistralmente no ângulo de Tacconi. Gol impossível para muitos. Não para Maradona. O gol da vitória no clássico depois de 7 anos. O momento foi tão emocionante que há relatos de que 7 pessoas no estádio desmaiaram, algumas com princípio de infarto. Pela campanha avassaladora da rival, terminou o turno em 2º, a 6 pontos da liderança. Na virada para 1986, uma série de tropeços fizeram não só a Juventus disparar ainda mais na liderança, como o Napoli perder até a vice-liderança pra Roma.Com o foco total na Serie A, o Napoli começou a crescer. Manteve uma invencibilidade nas 7 primeiras partidas, atrás apenas da absoluta Juventus de Platini, que emendou 7 vitórias nesses mesmos jogos. A partir de fevereiro, o Napoli voltou a ter o bom ritmo do primeiro turno, com direito a vitórias sobre Torino e Inter em casa, e a uma doppietta em Milan e Avellino. Com o final da temporada 1985-1986   e a 3ª colocação, foi confirmada também a vaga na seguinte Copa da UEFA. Um sinal de que Maradona estava mesmo em boa forma e que tinha se adaptado completamente ao ritmo do futebol italiano. Na Serie A, ele e seus 11 gols só estiveram atrás de Roberto Pruzzo (Roma, 19 gols), Karl-Heinz Rummenigge (Inter, 13 gols) e Michel Platini (Juventus, 12 gols).Adaptação perfeita para a Copa do Mundo no México. Copa que logo de cara na primeira fase já teria o confronto entre Itália e Argentina, reeditando a última Copa, em 1982. O confronto interno entre Bagni, convocado para a Azzurra, e Maradona. Após a Itália vencer a Bulgária na estreia e a Argentina vencer a Coreia do Sul na estreia, Itália e Argentina se enfrentaram em Puebla. Os italianos saíram logo na frente, com gol de pênalti de Altobelli, da Inter. Era tarefa de Bagni, que na temporada da Serie A ficou suspenso em 5 das 30 rodadas, parar Maradona. Mas não conseguiu. Maradona aos 34 foi lançado por Valdano e tocou por cima de Galli para empatar o jogo. O placar terminaria empatado, mas Maradona fora reconhecido como o melhor em campo naquele dia.Os destinos seriam distintos. Apesar de ambos irem para as oitavas, a Itália rodou logo, sendo eliminada pela França de Platini. Já a Argentina avançava. passou pelo Uruguai com gol de Pasculli. E iria enfrentar a Inglaterra, em um jogo que tinha clima pesado pela Guerra das Malvinas, 4 anos antes. Coube a Maradona ser o redentor argentino. Primeiro com a polêmica "Mano de Dios", em seguida, enfileirando meio time inglês. Lineker ainda descontou, mas a Argentina passou para as semifinais. Para muitos, Maradona teve a melhor atuação da história das Copas ali.Em seguida, dois gols na semi diante da Bélgica e vaga na final diante da Alemanha Ocidental. Brown e Valdano colocaram a Argentina na frente, enquanto os alemães empataram com Rummenigge e Voller. Mas na Copa de Maradona, o título só poderia sair dos pés de Maradona. E saiu quando ele tocou a bola para Burruchaga marcar o gol do título argentino.Nada melhor que um título mundial para manter uma motivação para conquistar um campeonato que não havia chegado nem para o Napoli, nem para o sul do país. Mas era necessário construir mais a motivação. Subir degrau a degrau. Ottavio Bianchi, o diretor-esportivo Italo Allodi e o presidente Ferlaino, precisavam colocar mais boas peças no time. Vieram Fernando De Napoli, não só identificado pelo nome, mas também pela boa temporada no Avellino e de estar na seleção italiana que foi ao México. Veio também para o ataque Carnevale, da Udinese, que, por outro lado nos levou Bertoni.Mas para disputar os títulos da temporada 1986-1987, havia a mescla dos que haviam permanecido, como Bagni, Renica e Giordano, com ídolos como Bruscolotti, e jovens revelações como Ciro Ferrara. Tudo sob a batuta de um gênio que vestia a 10.Tudo começaria com a Coppa Italia, mas desta vez o Napoli não caiu cedo. Desta vez, enfrentando só adversários de segunda divisão, como a Lazio e a Triestina, passou com folga para a próxima fase.Já na Serie A, tudo se aproximava de um começo irregular. Pra piorar, houve a tragédia na Copa da UEFA. O Napoli já havia vencido a estreia diante do Toulouse por 1 a 0, gol de Carnevale, no jogo de ida no San Paolo, e precisaria só de um empate para classificar para a próxima fase. E no tempo normal os franceses venceram, com gol de Stopyra. Nos pênaltis, o próprio errou o primeiro para os franceses. Todos acertaram até a cobrança de Bagni, que chutou em cima do goleiro e permitiu que Tarantini, campeão mundial com a Argentina em 1978, colocasse o Toulouse na frente. A cobrança decisiva ficava a cargo de Maradona. E ele chutou na trave. Napoli eliminado. Maradona era o vilão de uma eliminação, como na Argentina pós-Copa de 82. Será que ele conduziria mesmo o Napoli à glória?Mais uma vez só restou a Serie A. E com o foco na liga, o Napoli embalou sequência de bons resultados. Mas o jogo da redenção de Maradona viria a seguir. Um duelo de eliminados na Europa nos pênaltis. Um duelo de craques. Juventus e Napoli. Platini e Maradona. A rival havia sido eliminada da Copa dos Campeões pelo Real Madrid nos pênaltis no meio da semana. Mas ainda assim era a líder do campeonato até ali. No domingo, bola rolando no Comunale de Turim, Depois de um primeiro tempo de pressão bianconera, o 0 a 0 persistia. Até que no começo da 2ª etapa, após cruzamento na área que Garella rebateu pro meio, Laudrup colocou a Juventus na frente aos 5 minutos. Parecia que o filme de sempre iria se repetir. Só parecia, pois o final começava a ficar diferente. O Napoli insistia em tentar o empate. E aos 28, um escanteio despretencioso batido por Romano, a bola acaba sobrando pra Ferrario chutar mal, mas ainda assim a bola entrou mansamente no gol rival. Dois minutos depois, outro escanteio, agora batido por Maradona, e após outra cabeçada, a bola sobra na direita pra Giordano virar o jogo. Incrível, o Napoli estava na frente da Juventus fora de casa! E nos minutos finais, Carnevale faz jogada individual e descola um curto passe pra Volpecina chutar cruzado e forte e matar o jogo. Era a vitória do Napoli. A vitória da liderança. A vitória da quebra do tabu. Para se ter uma ideia da importância dessa vitória, desde 1958 o Napoli não vencia a Juventus em Turim. Desde então, o Napoli emendou mais 4 jogos sem perder, vitórias diante de Empoli e Como, e empates sem gols diante dos rivais Verona e Milan. A primeira derrota foi só em 1987, no fim do 1º turno, fora de casa, diante da Fiorentina de Ramón Díaz e Antognoni. Sinal de alerta para os napolitanos: a derrota permitiu a Inter se igualar na liderança com o Napoli. Liderança que foi recuperada na rodada seguinte com a vitória diante da Ascoli e a derrota interista diante do Verona. Na virada de turno, 4 vitórias consecutivas. O ataque já passava a ser conhecido como Ma-Gi-Ca (Maradona-Giordano-Carnevale). O Napoli perdeu o confronto direto contra a Inter em Milão por 1 a 0, mas, em tempos de vitória valendo 2 pontos, o prejuízo não era tão grande. E a Inter continuava atrás. Na rodada seguinte, um clássico para espantar a má fase. E foi novamente a Juventus a vítima da vez: o Napoli saiu na frente com um chutaço de Renica que entrou por baixo das pernas de Tacconi. Platini estava bem marcado por De Napoli. Estava. Um minuto de desatenção e ele cruzou a bola na cabeça de Serena, que empatou a partida. Tensão no San Paolo. Ottavio Bianchi olha pro banco e saca sua arma: Carnevale entrou para mudar a partida. E mudou. Após cruzamento de Maradona, Carnevale escorou e escorregou, mas a bola caprichosamente sobrou do outro lado limpa para Romano completar e marcar o gol da vitória. Um gol importante na luta pelo Scudetto. Uma vitória de um campeão. A distância aumentava. Após a vitória no clássico, chegou a estar em 5 pontos para os então vice-líderes Roma e Inter. Distância que fez o Napoli se dar ao luxo de empatar diante do desesperado Empoli, e perder feio diante do Verona, que fazia uma boa campanha. Sinal de alerta ligado para o clássico diante do Milan. E novamente o Napoli deu conta do recado. Novamente com MaGiCa. Carnevale marcou o primeiro, mas o destaque da partida foi o gol que Maradona marcou, driblando o goleiro Nuciari (reserva do titular Galli) e chutando sem ângulo e sem chances para o goleiro e para os zagueiros que tentaram em vão evitar o gol de Diego. O Napoli agora precisava de pouco para ser campeão. Faltando 2 rodadas para o fim do campeonato, a pontuação era de Napoli em 1º com 40 pontos, a Inter em 2º com 37 e Juventus em 3º com 36. O Napoli entrava no dia 10 de maio de 1987 com chances de levar o 1º Scudetto da sua história em casa. O San Paolo lotado, com 85 mil pessoas. O jogo era muito nervoso, disputado, e a Fiorentina não podia ceder espaços, afinal precisava do ponto para não cair para a Serie B. Maradona era anulado pela defesa viola. Como fazer para escapar do catenaccio viola? A resposta se deu aos 29 da primeira etapa, com uma tabela entre Carnevale e Giordano, que parou dentro da área da Fiorentina e serviu pra Carnevale marcar e colocar o Napoli na frente e o San Paolo em êxtase. O gol do título? A Fiorentina não facilitaria as coisas e, 10 minutos depois, um jovem chamado Roberto Baggio empatou a partida. Com o empate, restava torcer contra a Inter, que jogava contra a Atalanta. E o lance que confirmou tudo para o Napoli foi um gol contra. Após cruzamento na área, Zenga se chocou com Ferri, e a bola foi para o gol. Atalanta na frente e alívio do torcedor do Napoli, que só esperava o jogo acabar no San Paolo para festejar. E com o apito final, o fim de uma espera de 60 anos. O fim de um tabu: nunca um time do sul da Itália havia conquistado um Scudetto.Il ciuccio (O burro, o mascote do Napoli) dominava as ruas de Nápoles. Maradona, o craque e artilheiro azzurro na Serie A com 11 gols, era o herói mais festejado. Carros por todos os lados com burros, bonecos de Maradona pintados de azul, com bandeiras azuis, e bandeiras italianas, além do Scudetto. E como parte do humor napolitano, algo inusitado: uma faixa em frente a um cemitério de Nápoles: "vocês não sabem o que estão perdendo".O Scudetto veio. O Napoli encerrou a temporada com um empate fora de casa com a Ascoli, e viu a Juventus do aposentado Platini ser vice-campeã, passando a Inter. Mas a caminhada da temporada não havia acabado. Ainda faltava a cereja do bolo. A Coppa. Em fevereiro, o Napoli venceu o Brescia no San Paolo por 3 a 0, e terminou o serviço da classificação só no 2º jogo, em abril, em vitória por 2 a 0 fora de casa. Na fase seguinte passou com facilidade pelo Bologna, vencendo 3 a 0 na ida e 4 a 2 na volta fora de casa. Ottavio Bianchi colocava times mistos, em clara prioridade ao Scudetto. Agora, a concentração era somente na reta final da Coppa, e o Napoli tinha a "obrigação" de ganhar, já que os outros semifinalistas eram a rebaixada Atalanta e dois times da Serie B: Cagliari e Cremonese. Contra o Cagliari, mais duas vitórias: na ida, Maradona decidiu na Sardenha na vitória por 1 a 0. Na volta, goleada por 4 a 1. A final era contra a rebaixada Atalanta. Era a chance de conquistar o que somente o Torino (1942-43) e a Juventus (1959-60) haviam conseguido até então. O título foi praticamente garantido no jogo de ida, com a vitória por 3 a 0, com gols na segunda etapa de Renica, Muro e Bagni. E no jogo de volta, o título foi assegurado com um gol de Giordano. Mais festa e mais carnaval.O Napoli era mesmo o melhor time da Itália. Um time que equilibrava um ótimo ataque de MaGiCa, com uma defesa consistente, comandada por um grande goleiro experiente como Garella, um ídolo como Bruscolotti e novos ídolos como Renica e o jovem Ferrara. Sem esquecer da espinha dorsal do meio-campo de Ferrario e Romano e de De Napoli e Bagni, jogadores da Azzurra,E assim foi a primeira doppietta da história do Napoli. A terceira na época da história do futebol italiano. Mas a jornada desse Napoli vencedor não acabava ali. Ainda ia durar mais tempo, e Maradona logo ganharia um grande parceiro(Careca).A propósito, sobre o sucesso azzurro em 1986-87, vale relembrar a matéria que a edição da Placar de 24 de novembro de 1986 fez após a vitória por 3 a 1 no clássico contra a Juve, falando até dos italianos que torcem para o Napoli no Brasil

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