Fonte: UOL
Caio
Bitencourt, do Partenopeo
UOL
Ninguém fala
daquele Napoli de Maradona sem citar Careca. Hoje é o 6º maior artilheiro da história
do Napoli em com ou sem Maradona, seu número de gols, seus gols importantes
(como na final da UEL contra o Stuttgart) e seu nome é inesquecível para todo
tifosi azzurri partenopei. Ficou de 1987 a 1993 no clube.
Nascimento: Araraquara
(SP)
Clubes no Brasil: Guarani,
São Paulo, Santos
Números no Napoli: 221
jogos (1987-1993), 95 gols (18 em 87-88, 27 em 88-89, 11 em 89-90, 12 em 90-91,
17 em 91-92 e 10 em 92-93)
Títulos no Napoli: 1
Scudetto (89-90), 1 Copa da UEFA/Europa League (88-89), 1 Supercoppa (1990)
Agora sim, uma equipe ma-gi-ca
Agora sim, uma equipe ma-gi-ca
No verão de 1987 o artilheiro brasileiro Careca deixou o São Paulo
(então campeão brasileiro) para realizar o sonho de jogar ao lado do
argentino Maradona. O craque passaria a integrar um trio de ouro da
equipe que ganharia o apelido de ma-gi-ca (Maradona, Giordano e Careca).
Ambos foram cruciais para as exibições magníficas do Napoli e garantia
de casa cheia no estádio San Paolo. Mesmo assim, o trio não conseguiu
dar o bicampeonato em 1987-1988 para a equipe, que viu o Milan (que
começava a construir seu épico esquadrão) levantar a taça. Maradona
anotou 15 gols e mostrava cada vez mais ser a alma do time. O
vice-campeonato garantiu o Napoli na Copa da UEFA de 1988-1989.Fonte: Campeões do Futebol
CARECA, O MAIOR ARTILHEIRO BRASILEIRO DA HISTÓRIA DO NAPOLI
Fonte: Quattrotratti
Careca marcou gols importantes e se tornou um dos estrangeiros mais respeitados do futebol italiano (Tumblr)
Antônio de Oliveira tinha grande presença de área. No Araraquara, clube
do interior de São Paulo, fazia muitos gols de cabeça. Mas as lesões
atrapalharam o início de carreira e o sonho de se tornar craque no
Santos de Pelé. Quando iria desistir completamente do futebol, passou a
ver o potencial que seu filho tinha.
Carequinha. Este foi o primeiro apelido daquele jogador que faria
sucesso no São Paulo e Napoli. Fã do palhaço de mesmo nome, o atacante
começou a infernizar as defesas rivais no mesmo Araraquara. De
Carequinha para Careca, foi um pulo. Na cidade vizinha, o Guarani
procurou o jogador, que se transferiu para o clube de Campinas.
Com 17 anos de idade, a promessa do futebol paulista já era campeão
brasileiro com direito a gol do título contra o Palmeiras. Com
velocidade e impressionante capacidade de finalização, Careca foi
vendido ao São Paulo com a missão de substituir o maior artilheiro da
história tricolor, Serginho Chulapa, então negociado com o Santos.
Apesar das lesões no início da carreira tricolor, ele desandou a marcar
gols. De fora da área, de cabeça, após driblar ou cortar seu marcador.
Careca foi, enfim, campeão e artilheiro do Campeonato Paulista de 1985,
com 23 gols.
O ano de 1986 foi ainda melhor, começando pela Copa do Mundo. O Brasil
foi eliminado nas quartas-de-final para a França, mas Careca foi o
vice-artilheiro do Mundial, com cinco gols. Além disso, o São Paulo
voltou a comemorar um título no início de 1987: o Campeonato Brasileiro,
com destaque para os 25 gols do artilheiro da equipe dos Menudos do
Morumbi, sendo um deles na final contra o Guarani.
Melhor jogador do último campeonato, já supervalorizado, foi vendido ao Napoli, recém-vencedor do scudetto.
A contratação era sonho antigo. Em 1979, o ex-técnico Luís Vinício
havia pedido a contratação daquele jovem artilheiro do Guarani. Mesmo
atuando mais aberto pela direita, Careca marcou 13 gols na primeira
temporada e o trio MaGiCa (Maradona, Giordano e Careca) conduziu os azzurri ao vice-campeonato.
Em 1988-89, Careca foi novamente o artilheiro do time em outra campanha de vice-campeonato da Serie A, com 19 gols, e ajudou o Napoli a vencer a Copa Uefa - inclusive marcando gol na final contra o Stuttgart. No ano seguinte, primeiro de Alberto Bigon no comando da equipe, a boa fase de Careca e Maradona destruiu os rivais na campanha do título nacional em 1990, ano em que também conquistaram a Supercoppa.
Foi a última vitória do mais importante ciclo da história partenopea, muito disso condicionado pela suspensão por 15 meses de Maradona, pego em um exame antidoping. Com o novo parceiro Gianfranco Zola , Careca brilhou pouco durante mais três anos no clube.
Em 1988-89, Careca foi novamente o artilheiro do time em outra campanha de vice-campeonato da Serie A, com 19 gols, e ajudou o Napoli a vencer a Copa Uefa - inclusive marcando gol na final contra o Stuttgart. No ano seguinte, primeiro de Alberto Bigon no comando da equipe, a boa fase de Careca e Maradona destruiu os rivais na campanha do título nacional em 1990, ano em que também conquistaram a Supercoppa.
Foi a última vitória do mais importante ciclo da história partenopea, muito disso condicionado pela suspensão por 15 meses de Maradona, pego em um exame antidoping. Com o novo parceiro Gianfranco Zola , Careca brilhou pouco durante mais três anos no clube.
Em 1993, o quinto maior goleador da história do Napoli foi para o Japão.
Fez 60 partidas pelo Kashiwa Reysol antes de voltar para o Santos,
clube para o qual sempre torceu, em 1997. Dois gols e nove jogos depois,
foi para o São José de Porto Alegre, no qual pendurou de vez as
chuteiras. Hoje, está "de volta" ao futebol italiano: é comentarista da
Serie A, pela RedeTV.
Antônio de Oliveira Filho, o Careca
Nascimento: 5 de outubro de 1960, em Araraquara
Nascimento: 5 de outubro de 1960, em Araraquara
Posição: atacante
Clubes como jogador: Guarani (1978-82), São Paulo (1983-87), Napoli (1987-1993), Kashiwa Reysol (1994-97), Santos (1997), São José-RS (1998)
Títulos: 2 Campeonatos Brasileiros (1978, 86), 1 Série B (1981), 2 Campeonatos Paulistas (1985, 87), 1 Copa Uefa (1989), 1 Serie A (1990), 1 Supercoppa Italiana (1990)
Seleção brasileira: 63 jogos e 29 gols
Clubes como jogador: Guarani (1978-82), São Paulo (1983-87), Napoli (1987-1993), Kashiwa Reysol (1994-97), Santos (1997), São José-RS (1998)
Títulos: 2 Campeonatos Brasileiros (1978, 86), 1 Série B (1981), 2 Campeonatos Paulistas (1985, 87), 1 Copa Uefa (1989), 1 Serie A (1990), 1 Supercoppa Italiana (1990)
Seleção brasileira: 63 jogos e 29 gols
MARADONA E CARECA: A DUPLA QUE CONQUISTOU A EUROPA
Fonte: Uol
Enquanto
o Napoli conquistava o Scudetto na Itália, Antônio de Oliveira Filho era
decisivo no Brasil. Ele já havia conquistado o Paulista de 1985 pelo São Paulo,
era o camisa 9 da Seleção no México e fora o craque principal da heróica
conquista do título brasileiro do triocolor paulista em 1986.Após o título
nacional, começaria uma longa novela entre o futuro de Careca. O São Paulo
queria sua renovação para o chamado "Projeto Tóquio", mas Careca
pedia alto e chegou até a acusar o então presidente Carlos Miguel Aidar de não
ter palavra. Com o imbróglio,Careca declarou que não jogaria mais pelo São
PauloAlém disso, o São Paulo queria vender Careca a clubes que fizeram melhor
proposta, como o Real Madrid, o Olympique de Marselha e a rival Roma. Mas após
a boa participação de Careca na Copa de 86, Maradona chegou a declarar que ele
era o melhor centroavante do mundo, o que atraiu Careca. Além disso, o Napoli
fez a melhor proposta pessoal ao atacante.Até que no dia 3 de maio de 1987,
enquanto o Napoli empatava com o Como e ficava a uma vitória do Scudetto, o
Napoli contratou Careca junto ao São Paulo por US$ 2 milhões (na época, Cz$ 54
milhões, hoje aproximadamente R$ 16,2 milhões, em valores corrigidos). Exames
médicos, salários acertados, ficara acertado também um amistoso do Napoli com o
São Paulo no San Paolo. Sua contratação não foi tão festejada em si porque
foi no meio das comemorações do 1º Scudetto. No final da primeira etapa do
amistoso, Careca, em cobrança de falta, marcou para o São Paulo. Festa..... dos
torcedores do Napoli! Que comemoraram o gol, já prevendo os outros que ele
faria. Já na segunda etapa, em jogada começada por Maradona, a tabela entre
Giordano e Carnevale resultaria em gol de Giordano. Mas aos 33 do 2º tempo, os
tricolores empataram com um belo gol de Edivaldo, em belo lançamento de
Bernardo. Ficava a expectativa pelo que viria
na temporada 1987-88. Na primeira fase da Coppa, o Napoli passava invicto por
um grupo com Livorno, Modena, Udinese, Padova e Fiorentina. A "sorte"
que o Napoli sempre tem nas copas europeias já destinou logo de cara o Real
Madrid. Logo os madridistas, que eram campeões espanhois, e que logo
enfileirariam 5 conquistas consecutivas de La Liga, a época da chamada
"Quinta del Buitre". Eliminação azurra. Agora o foco era
na tentativa do bicampeonato italiano. Campeonato que já havia começado com 5
vitórias consecutivas. Logo viria a vitória por 2 a 1 no clássico contra a
Juventus no San Paolo. A expectativa agora era para o duelo com o Milan no San
Siro, que fazia boa campanha, e que era o mais próximo na luta pelo título
enquanto o Napoli passeava. A Inter não havia decolado. Roma e Sampdoria não
tinham time pra brigar. E a Juventus se enfraqueceu com o envelhecimento e as
saídas de sua geração vencedora na primeira metade da década. A vedete era o
Milan de Sacchi, com jovens jogadores como Maldini e Donadoni, outros mais
rodados pela Serie A, como Galli, Ancelotti e Virdis, a experiência de capitão
de Baresi, os gols de Van Basten, e o melhor jogador da Europa em 1987: Ruud
Gullit.
No jogo do San Siro, os primeiros minutos foram de destaque
azzurro: especialmente aos 10, quando Maradona descolou um passe incrível e
deixou Careca na cara de Galli para marcar. O Milan reagiria logo na primeira
etapa. Após cruzamento da esquerda, Colombo apareceu como elemento surpresa e
chutou entre as pernas de Garella. No final da primeira etapa, Virdis
aproveitou rebatida da zaga após jogada individual e marcou o gol da virada
rossonera. E o show rossonero continuaria na segunda etapa com um belo gol de
Gullit. Para fechar o dia desastroso, Garella levou o quarto gol com um
frangaço no chute de Donadoni. Mas apesar do desastre, a distância ainda estava
em 3 pontos para o Milan.
Desde então, após uma derrota para a Fiorentina na Coppa que
seria revertida em classificação no 2º jogo, o Napoli engatou uma sequência de
6 vitórias seguidas nas 2 competições e 7 vitórias na Serie A. A ótima fase só
foi interrompida em março, com a eliminação na Coppa diante do Torino e na
derrota para a Roma pelo Italiano.
Começava ali a reta final do campeonato. Após a derrota para
a Juventus por 3 a 1 e o empate com o Verona por 1 a 1, o Milan aproveitou e
venceu o duelo contra a Roma e o clássico contra a Inter, e veio para o
clássico contra o Napoli a 1 ponto de diferença.
A expectativa para o clássico do dia 1º de maio de 1988 era
alta. Para muitos, como chegou a ser declarado por Diego Maradona, era como
"a final do mundial". San Paolo lotado. Para o clássico, o Milan de
Sacchi era todo ataque, com o trio de atacantes de Gullit, Virdis e Evani (Van
Basten, se recuperando de lesão, começava no banco). Já o Napoli de Bianchi
jogava na defesa, querendo o empate.
Mas ainda assim, o Napoli começou atacando, mas relaxou.
Isso permitiu ao Milan treinado por Sacchi pressionar e chegar ao ataque com
força total. E aos 36 minutos, após falta desviada, Virdis aproveitou a sobra e
tocou por baixo das pernas de Garella para marcar o primeiro gol rossonero.
Vantagem que duraria até o final da 1ª etapa, quando em cobrança de falta
magistral, Maradona chutou no ângulo, sem chances para Galli.Mas na segunda
etapa, a tática mais defensiva de Ottavio Bianchi foi castigada, e o Milan
chegou ao segundo gol. Nessa altura da partida, em vez de recuar, Sacchi ousou
colocando um quarto atacante: Van Basten entrara no lugar do apagado Donadoni.
A ousadia de Sacchi foi premiada aos 30 minutos, quando após arrancada
fulminante de Gullit, o Bola de Ouro de 1987 tirou de Garella com um toque, e
Van Basten estava lá para marcar o 3º. O Napoli estava vivo, e após cruzamento
de Romano, Careca testou firme para diminuir o marcador. Mas era tarde
demais. A liderança do campeonato havia sido perdida. O campeonato havia sido
perdido. Ainda assim, este para muitos, foi um dos melhores jogos daquela era
de ouro da Serie A nos anos 80. Após a derrota, não havia mais motivação
para vencer. Bastavam 3 vitórias em 5 jogos para o título. Acabou com 1 ponto
em 10 disputados. E o Milan levantou o caneco na última rodada contra o Como.
Mas como o Napoli perdeu um Scudetto tão fácil? As más
línguas logo inventaram de que era coisa da Camorra, afinal, a máfia tinha
perdido muito dinheiro nas apostas quando o Napoli garantiu o título na
temporada anterior. Para isso, teoricamente seria necessário que o Napoli
perdesse o título para se recuperar o dinheiro perdido.
A resposta pode estar no péssimo relacionamento que se
seguiu em meio a reta final do campeonato com Ottavio Bianchi. Os líderes do
elenco se rebelaram, especialmente Maradona, Ferrara, Carnevale, Garella e
Bagni, além do recém-contratado Careca, quando na reta final da Serie A, com o
time brigando pelo título, o treinador tira Maradona do time 2 vezes, além de
ter inexplicavelmente colocado Giordano no banco nos jogos decisivos, incluindo
a partida contra o Milan. Boa parte do elenco o tratou como culpado pela perda
do Scudetto.
A temporada 1988-89 começou com o clima conturbado, mas com
o Napoli passando com facilidade em um grupo com Spezia, Sambenedettese,
Barletta e Bologna, que foram vencidos pelos partenopei. A única derrota na 1ª
fase foi para o Bari, por 2 a 0. Na 2ª fase, ainda antes do começo da Serie A,
o Napoli passou invicto por um grupo com Lecce, Cesena e Modena.Enquanto isso,
a caminhada na Copa da UEFA começava contra o PAOK, da Grécia. No jogo de ida,
no San Paolo, o Napoli venceu por 1 a 0, com gol de Maradona, que marcou seu 1º
gol em copas europeias. No jogo de volta, na Grécia, após o Napoli ter saído na
frente com gol de Careca, após excelente passe de Maradona, o PAOK empatou com
Skartados e, a partir daí, brilhou a estrela do goleiro Giuliani, que segurou a
classificação azzurra.Após o sofrimento na Grécia, o Napoli começou a Serie A
com vitória diante da Atalanta, Em seguida, veio uma das melhores atuações
daquela geração: a goleada por 8 a 2 diante do Pescara, construída com quatro
doppiettas: Alemão, Carnevale, Careca e Maradona marcaram. Após a
goleada, empate no confronto contra o Lokomotiv Leipzig, campeã da Alemanha
Oriental. No jogo de volta, no San Paolo, vitória tranquila azzurra decida logo
no começo com novo gol de Francini, e com gol contra de Scholz, e classificando
o Napoli para a próxima fase.Em seguida, dois clássicos: Juventus
em Turim, e Milan no San Paolo. Duas chances de vingança que virariam duas das
melhores partidas daquele time. Primeiro, o duelo contra a Juve em Turim, que
foi eletrizante do começo ao fim, e já começou com o Napoli na frente aos 3
minutos, quando Maradona bateu falta para a entrada de Carnevale na área para
marcar. Napoli na frente, a rival parecia que iria igualar o marcador, mas logo
aos 27, começa a brilhar a estrela do artilheiro: Careca é lançado, encobre
Tacconi, mas Brio tira em cima da linha, ainda assim, a bola volta para Careca
chutar e marcar o 2º. No final da primeira etapa, o Napoli marcou o 3º com o
próprio Careca, que aproveitou falha de Brio e De Agostini para marcar o seu
segundo na partida, chutando cruzado.A Juve reagiria, marcando 2 gols em 10
minutos na 2ª etapa, com Galia e De Agostini. Mas o Napoli logo marcaria aos 14
minutos, quando após roubada de bola de De Napoli, ele cruzou para Careca
marcar sua tripletta. Maradona saiu machucado, De Agostini descontou para a
Juve e Renica marcou o gol da vitória para o Napoli, uma vitória histórica. 5 a
3 em pleno Comunale de Turim. Após o clássico com a Juventus, veio a
vitória por 1 a 0 diante do Bordeaux, na fase seguinte da Copa da UEFA, com gol
de Carnevale logo no começo da partida. Em seguida, o duelo direto contra o
Milan no San Paolo.
Era a oportunidade de uma certa "vingança" pela
derrota do ano anterior. O Milan de Sacchi tentaria partir com a mesma tática
ofensiva da vitória de maio, pensando até em conseguir um empate,
congestionando o meio-campo. Por um tempo funcionou com Maradona sendo parado
com faltas e suas tabelas não funcionando. Mas aí o Napoli passou a lançar em
profundidade contra a linha estática rossonera. Resultado? Passou a criar mais,
e logo no final, Crippa lançou Maradona, que marcaria um de seus gols mais
inesquecíveis pelo Napoli, tocando por cima de Galli, de cabeça. Ainda no final
do primeiro tempo, filme repetido: lançamentos em profundidade, Maradona ganha
da zaga rossonera no alto, e a bola sobra pra Careca chutar e marcar. Na etapa
final, o Napoli continuou atacando, e logo no começo, marcou o terceiro, quando
Galli deu rebote em chute de Carnevale, e Francini marcou. Virdis ainda
descontara de pênalti, mas a humilhação fora decretada com uma arrancada
espetacular de Careca, que deixou Baresi comendo poeira. 4 a 1, placar final. 2
humilhações em 2 rodadas. O bônus final foi no final do jogo, as câmeras
flagrarem Arrigo Sacchi xingando todo o time do Milan... Depois da
vitória diante do Milan, o Napoli engatou 3 vitórias seguidas na Serie A contra
os rivais Fiorentina, Verona e Bologna, além de ter se classificado para a
próxima fase da Copa da UEFA com o empate em 0 a 0 no jogo de volta no San
Paolo contra o Bordeaux. O ano turbulento de 1988 se encerraria com mais
turbulência, com derrota no clássico para a Roma. Após empatar sem gols com a
Sampdoria e vencer o Ascoli na Serie A por 4 a 1, veio a série de confrontos
contra o Pisa. Seja na Serie A, ou nas semifinais da Coppa Italia, o Napoli
venceu os 3 jogos, e além disso, se classificou para a final da Coppa. Até o
primeiro jogo das quartas contra a Juventus foram mais 3 jogos pela Serie A,
com 2 vitórias contra Como e Lecce, e empate diante da Atalanta. Mas havia algo
de estranho naquele Napoli de Maradona, especialmente na relação com Bianchi.
Maradona ainda se ressentia pela perda do Scudetto de 1988.
Brigou publicamente com Bianchi na pré-temporada e, assim como outros
jogadores, foi multado pela Federação Italiana. Além disso, Maradona teve
problemas físicos, sofrendo lesões e perdendo vários jogos, e chegando a não
jogar alguns para se poupar para a Copa da UEFA.
Na Copa da UEFA, duelo contra a tradicional rival Juventus.
Na ida, após o Napoli perder gols nos primeiros minutos, os bianconeri saíram
na frente ainda no começo do primeiro tempo, aos 5, após belo gol de Bruno após
jogada ensaiada, coroando sua boa atuação anulando Careca. No final da primeira
etapa, Corradini marcou contra tentando cortar cruzamento de Rui Barros. Na
segunda etapa, brilhou a estrela de Tacconi, com defesas milagrosas. Após o
final da partida, só importava a "remontada" no confronto contra a
Juve no San Paolo.O clássico veio no dia 15 de março de 1989. O Napoli
precisava procurar o gol para reverter o resultado. O treinador rival, o
lendário Dino Zoff, teve a ideia de deixar o soviético Zavarov no banco e
lançar Laudrup, para dar mais velocidade aos contra-ataques. Mas, aos 10
minutos, Careca sofreu pênalti, convertido por Maradona. Faltava só um para
igualar.O Napoli pressionava. Tacconi fez grandes defesas, mas não conseguiu
evitar o gol de Carnevale. A prorrogação foi um jogo de equipes cansadas,
praticamente se encaminhando para os pênaltis. Mas a 1 minuto do final, um
cruzamento meio sem rumo de Corradini virou rebatida da defesa, a rebatida
virou novo cruzamento de Carnevale, que dessa vez encontrou a cabeça de Renica,
que se transformaria em gol azzurro. O gol da classificação. O gol que deixaria
o San Paolo maluco. O que era quase impossível, tornava-se realidade.1989
começaria com o mata-mata contra o Ascoli na Coppa, no qual o Napoli venceu a
ida por 3 a 0, e se classificou por um gol, mesmo perdendo por 3 a 1. Após
vencer o Torino fora de casa, havia o confronto direto com a Inter na 17ª
rodada. Vencer significava diminuir a distância para a "capolista"
Inter para 1 ponto. Mas naquele dia, o Napoli perdeu uma quantidade incrível de
gols. Maradona foi bem marcado por Beppe Baresi (irmão de Franco e campeão do
mundo em 82), Careca foi bem marcado por Mandorlini. E Zenga fechava o gol. Não
haveria resultado diferente que não o 0 a 0. Após a vitória e a
classificação na Copa da UEFA, o Napoli começou até a ignorar mais a Serie A.
Empatou o clássico com a Lazio e perdeu outro para a própria Juventus no San
Paolo, ambos sem a presença de Maradona em campo, já se poupando para a Europa.Logo viria a semifinal contra o Bayern, jogo de ida no San
Paolo. A atuação passou longe de ser uma das melhores daquele time. O jogo pode
ser definido em três lances: no começo do primeiro tempo, o Napoli quase sofreu
um gol, mas Giuliani estava lá pra salvar um chute a queima-roupa de Ekstroem.
Maradona não ia bem na partida, mas, aos 40, lançou Careca, que abriu o placar.
Na segunda etapa, após o famigerado escanteio curto, Maradona cruzou da
direita, e Carnevale se antecipou ao zagueiro e testou firme para o fundo do
gol. Uma vantagem importante construída no San Paolo. Na volta no
Olympiastadion de Munique, o Napoli podia se dar ao luxo até de perder por um
gol de diferença. Os alemães começaram bem na partida, precisavam procurar o
gol. Mas Giuliani, Corradini e Crippa fizeram a diferença defensivamente e aos
poucos impediam o Bayern de marcar. E logo no começo do jogo, em trapalhada de
Flick na frente de Maradona, o argentino dominou e tocou pra Careca fazer o
primeiro. O empate veio em seguida com erro da arbitragem. Mas logo os
bávaros seriam castigados com uma das armas mortais do Napoli: o contra-ataque,
com Maradona lançando Careca na direita para o brasileiro marcar sua doppietta.
Ainda na primeira etapa, em bela jogada individual, Reuter empatou para o
Bayern. Mas parou por aí. E o Napoli ainda teve um gol mal anulado de Maradona
para reclamar. Após a passagem para a final, uma vitória no clássico contra o
Verona serviu para empolgar a equipe para o primeiro jogo da final. Havia a expectativa
do confronto de Maradona e Careca com o ataque de Jurgen Klinsmann e Maurizio
Gaudino, atacante de origem do sul italiano. Arie Haan, técnico do Stuttgart,
no início deu uma aula de estratégia ao Napoli. Jogou no 1-4-4-1, com o líbero
Allgoewer em campo.Um time mais recuado e que saiu na
frente, quando após chutaço de Gaudino de fora da área, Giuliani tomou um
frangaço. O Napoli tentou atacar, mas não conseguia marcar de jeito nenhum com
a defesa intrasponível dos alemães. Até que no meio da segunda etapa, em chute
que Maradona recebeu desajeitado, quase batendo a bola na mano de D10S, a bola
bateu na mão de um zagueiro alemão. Pênalti marcado, que Diego cobrou e marcou.
O Stuttgart tentou fazer cera o máximo que pode para segurar o empate. Não
conseguiu, pois aos 43, após Maradona receber de Carnevale na direita, se
livrar de Buchwald, ele cruzou pra Careca chutar meio desajeitado, torto, mas
suficiente para fazer o gol da vitória. Bastava um empate para levar o título
europeu para o sul. Antes do jogo de volta, o time veio desmotivado, com
dois empates diante de Bologna e Roma, que deixaram, as vésperas do jogo
decisivo em Stuttgart, a principal rival e líder absoluta Inter, a 2 vitórias
do título - podendo ganhá-lo no confronto direto diante do Napoli. Mas o foco
era no jogo na Alemanha. O segundo jogo era em Stuttgart, mas o Napoli jogou
como se fosse em casa na primeira etapa. E logo em meio a partida fraca até
então dos alemães, foi ao ataque, e após passe de Careca, Alemão chutou e
marcou. Klinsmann logo empataria de cabeça, mas no final do primeiro tempo o
Napoli voltaria a frente do marcadorm com gol de Ciro Ferrara. Um napolitano
marcava pelo Napoli na sua primeira final continental.No
segundo tempo, o ritmo forte do Napoli continuou, e em mais uma jogada típica
do ataque azzurro, o terceiro gol saiu: Carnevale lançou Maradona, que como no
lance contra o Bayern, tocou na direita pra Careca. Terceiro gol do Napoli, que
praticamente sacramentava o título. A vantagem era tão grande que De Napoli
entregou dois gols aos alemães. Mas era tarde para impedir a festa. O Napoli
entrava na galeria dos campeões da Copa da UEFA. Festa em Nápoles, como no
Scudetto. pós o título, o jogo em ritmo de festa foi o da goleada por 4
a 1 sobre o Torino no San Paolo. E na rodada seguinte, o título interista veio
com vitória sobre o Napoli por 2 a 1 .Ainda restava a chance de uma doppietta
na temporada. O empate contra a Samp na Serie A foi tratado como um treino para
o jogo de ida na final da Coppa contra a mesma Samp. No jogo de ida no San
Paolo, o Napoli saiu na frente e venceu por 1 a 0, com gol de Renica, de
cabeça, no meio da segunda etapa. Na volta, o Napoli poderia ser campeão
da Coppa com um empate, mas tinha problemas com suas duas principais estrelas:
Maradona e Careca, ambos com problemas físicos. Careca até chegou a jogar
machucado, com contusão na coxa. A Sampdoria triturou o Napoli e venceu por 4 a
0. Depois do último gol, sobraram cenas lamentáveis até o fim da partida. Após
a derrota na final da Coppa Italia, não havia como Ottavio Bianchi permanecer
no Napoli. Ele encerrava seu ciclo como um dos mais vitoriosos técnicos da
história azzurra, mas saindo pela porta dos fundos. Era a oportunidade para
Alberto Bigon, que havia sido o 13º colocado com o Cesena em 1988-89 treinar
aquela equipe, agora com Maradona já permanecendo na equipe, após Ferlaino ter
batido o pé pela sua permanência e ainda tendo suas confusões fora de campo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário