quarta-feira, 29 de julho de 2015

A compra do atacante CARECA



Fonte: UOL  

Caio Bitencourt, do Partenopeo  UOL

Ninguém fala daquele Napoli de Maradona sem citar Careca. Hoje é o 6º maior artilheiro da história do Napoli em com ou sem Maradona, seu número de gols, seus gols importantes (como na final da UEL contra o Stuttgart) e seu nome é inesquecível para todo tifosi azzurri partenopei. Ficou de 1987 a 1993 no clube.
Nascimento: Araraquara (SP)
Clubes no Brasil: Guarani, São Paulo, Santos
Números no Napoli: 221 jogos (1987-1993), 95 gols (18 em 87-88, 27 em 88-89, 11 em 89-90, 12 em 90-91, 17 em 91-92 e 10 em 92-93)
Títulos no Napoli: 1 Scudetto (89-90), 1 Copa da UEFA/Europa League (88-89), 1 Supercoppa (1990)



Agora sim, uma equipe ma-gi-ca

No verão de 1987 o artilheiro brasileiro Careca deixou o São Paulo (então campeão brasileiro) para realizar o sonho de jogar ao lado do argentino Maradona. O craque passaria a integrar um trio de ouro da equipe que ganharia o apelido de ma-gi-ca (Maradona, Giordano e Careca). Ambos foram cruciais para as exibições magníficas do Napoli e garantia de casa cheia no estádio San Paolo. Mesmo assim, o trio não conseguiu dar o bicampeonato em 1987-1988 para a equipe, que viu o Milan (que começava a construir seu épico esquadrão) levantar a taça. Maradona anotou 15 gols e mostrava cada vez mais ser a alma do time. O vice-campeonato garantiu o Napoli na Copa da UEFA de 1988-1989.Fonte: Campeões do Futebol


CARECA, O MAIOR ARTILHEIRO BRASILEIRO DA HISTÓRIA DO NAPOLI

Fonte: Quattrotratti 
Careca marcou gols importantes e se tornou um dos estrangeiros mais respeitados do futebol italiano (Tumblr)
Antônio de Oliveira tinha grande presença de área. No Araraquara, clube do interior de São Paulo, fazia muitos gols de cabeça. Mas as lesões atrapalharam o início de carreira e o sonho de se tornar craque no Santos de Pelé. Quando iria desistir completamente do futebol, passou a ver o potencial que seu filho tinha.

Carequinha. Este foi o primeiro apelido daquele jogador que faria sucesso no São Paulo e Napoli. Fã do palhaço de mesmo nome, o atacante começou a infernizar as defesas rivais no mesmo Araraquara. De Carequinha para Careca, foi um pulo. Na cidade vizinha, o Guarani procurou o jogador, que se transferiu para o clube de Campinas.

Com 17 anos de idade, a promessa do futebol paulista já era campeão brasileiro com direito a gol do título contra o Palmeiras. Com velocidade e impressionante capacidade de finalização, Careca foi vendido ao São Paulo com a missão de substituir o maior artilheiro da história tricolor, Serginho Chulapa, então negociado com o Santos. Apesar das lesões no início da carreira tricolor, ele desandou a marcar gols. De fora da área, de cabeça, após driblar ou cortar seu marcador. Careca foi, enfim, campeão e artilheiro do Campeonato Paulista de 1985, com 23 gols.

O ano de 1986 foi ainda melhor, começando pela Copa do Mundo. O Brasil foi eliminado nas quartas-de-final para a França, mas Careca foi o vice-artilheiro do Mundial, com cinco gols. Além disso, o São Paulo voltou a comemorar um título no início de 1987: o Campeonato Brasileiro, com destaque para os 25 gols do artilheiro da equipe dos Menudos do Morumbi, sendo um deles na final contra o Guarani.

Melhor jogador do último campeonato, já supervalorizado, foi vendido ao Napoli, recém-vencedor do scudetto. A contratação era sonho antigo. Em 1979, o ex-técnico Luís Vinício havia pedido a contratação daquele jovem artilheiro do Guarani. Mesmo atuando mais aberto pela direita, Careca marcou 13 gols na primeira temporada e o trio MaGiCa (Maradona, Giordano e Careca) conduziu os azzurri ao vice-campeonato.

Em 1988-89, Careca foi novamente o artilheiro do time em outra campanha de vice-campeonato da Serie A, com 19 gols, e ajudou o Napoli a vencer a Copa Uefa - inclusive marcando gol na final contra o Stuttgart. No ano seguinte, primeiro de Alberto Bigon no comando da equipe, a boa fase de Careca e Maradona destruiu os rivais na campanha do título nacional em 1990, ano em que também conquistaram a Supercoppa.

Foi a última vitória do mais importante ciclo da história partenopea, muito disso condicionado pela suspensão por 15 meses de Maradona, pego em um exame antidoping. Com o novo parceiro Gianfranco Zola , Careca brilhou pouco durante mais três anos no clube.
Em 1993, o quinto maior goleador da história do Napoli foi para o Japão. Fez 60 partidas pelo Kashiwa Reysol antes de voltar para o Santos, clube para o qual sempre torceu, em 1997. Dois gols e nove jogos depois, foi para o São José de Porto Alegre, no qual pendurou de vez as chuteiras. Hoje, está "de volta" ao futebol italiano: é comentarista da Serie A, pela RedeTV.
Antônio de Oliveira Filho, o Careca
Nascimento: 5 de outubro de 1960, em Araraquara
Posição: atacante
Clubes como jogador: Guarani (1978-82), São Paulo (1983-87), Napoli (1987-1993), Kashiwa Reysol (1994-97), Santos (1997), São José-RS (1998)
Títulos: 2 Campeonatos Brasileiros (1978, 86), 1 Série B (1981), 2 Campeonatos Paulistas (1985, 87), 1 Copa Uefa (1989), 1 Serie A (1990), 1 Supercoppa Italiana (1990)
Seleção brasileira: 63 jogos e 29 gols


MARADONA E CARECA: A DUPLA QUE CONQUISTOU A EUROPA
Fonte: Uol
Enquanto o Napoli conquistava o Scudetto na Itália, Antônio de Oliveira Filho era decisivo no Brasil. Ele já havia conquistado o Paulista de 1985 pelo São Paulo, era o camisa 9 da Seleção no México e fora o craque principal da heróica conquista do título brasileiro do triocolor paulista em 1986.Após o título nacional, começaria uma longa novela entre o futuro de Careca. O São Paulo queria sua renovação para o chamado "Projeto Tóquio", mas Careca pedia alto e chegou até a acusar o então presidente Carlos Miguel Aidar de não ter palavra. Com o imbróglio,Careca declarou que não jogaria mais pelo São PauloAlém disso, o São Paulo queria vender Careca a clubes que fizeram melhor proposta, como o Real Madrid, o Olympique de Marselha e a rival Roma. Mas após a boa participação de Careca na Copa de 86, Maradona chegou a declarar que ele era o melhor centroavante do mundo, o que atraiu Careca. Além disso, o Napoli fez a melhor proposta pessoal ao atacante.Até que no dia 3 de maio de 1987, enquanto o Napoli empatava com o Como e ficava a uma vitória do Scudetto, o Napoli contratou Careca junto ao São Paulo por US$ 2 milhões (na época, Cz$ 54 milhões, hoje aproximadamente R$ 16,2 milhões, em valores corrigidos). Exames médicos, salários acertados, ficara acertado também um amistoso do Napoli com o São Paulo no San Paolo. Sua contratação não foi tão festejada em si porque foi no meio das comemorações do 1º Scudetto. No final da primeira etapa do amistoso, Careca, em cobrança de falta, marcou para o São Paulo. Festa..... dos torcedores do Napoli! Que comemoraram o gol, já prevendo os outros que ele faria. Já na segunda etapa, em jogada começada por Maradona, a tabela entre Giordano e Carnevale resultaria em gol de Giordano. Mas aos 33 do 2º tempo, os tricolores empataram com um belo gol de Edivaldo, em belo lançamento de Bernardo. Ficava a expectativa pelo que viria na temporada 1987-88. Na primeira fase da Coppa, o Napoli passava invicto por um grupo com Livorno, Modena, Udinese, Padova e Fiorentina. A "sorte" que o Napoli sempre tem nas copas europeias já destinou logo de cara o Real Madrid. Logo os madridistas, que eram campeões espanhois, e que logo enfileirariam 5 conquistas consecutivas de La Liga, a época da chamada "Quinta del Buitre". Eliminação azurra. Agora o foco era na tentativa do bicampeonato italiano. Campeonato que já havia começado com 5 vitórias consecutivas. Logo viria a vitória por 2 a 1 no clássico contra a Juventus no San Paolo. A expectativa agora era para o duelo com o Milan no San Siro, que fazia boa campanha, e que era o mais próximo na luta pelo título enquanto o Napoli passeava. A Inter não havia decolado. Roma e Sampdoria não tinham time pra brigar. E a Juventus se enfraqueceu com o envelhecimento e as saídas de sua geração vencedora na primeira metade da década. A vedete era o Milan de Sacchi, com jovens jogadores como Maldini e Donadoni, outros mais rodados pela Serie A, como Galli, Ancelotti e Virdis, a experiência de capitão de Baresi, os gols de Van Basten, e o melhor jogador da Europa em 1987: Ruud Gullit.
No jogo do San Siro, os primeiros minutos foram de destaque azzurro: especialmente aos 10, quando Maradona descolou um passe incrível e deixou Careca na cara de Galli para marcar. O Milan reagiria logo na primeira etapa. Após cruzamento da esquerda, Colombo apareceu como elemento surpresa e chutou entre as pernas de Garella. No final da primeira etapa, Virdis aproveitou rebatida da zaga após jogada individual e marcou o gol da virada rossonera. E o show rossonero continuaria na segunda etapa com um belo gol de Gullit. Para fechar o dia desastroso, Garella levou o quarto gol com um frangaço no chute de Donadoni. Mas apesar do desastre, a distância ainda estava em 3 pontos para o Milan.
Desde então, após uma derrota para a Fiorentina na Coppa que seria revertida em classificação no 2º jogo, o Napoli engatou uma sequência de 6 vitórias seguidas nas 2 competições e 7 vitórias na Serie A. A ótima fase só foi interrompida em março, com a eliminação na Coppa diante do Torino e na derrota para a Roma pelo Italiano. 
Começava ali a reta final do campeonato. Após a derrota para a Juventus por 3 a 1 e o empate com o Verona por 1 a 1, o Milan aproveitou e venceu o duelo contra a Roma e o clássico contra a Inter, e veio para o clássico contra o Napoli a 1 ponto de diferença.
A expectativa para o clássico do dia 1º de maio de 1988 era alta. Para muitos, como chegou a ser declarado por Diego Maradona, era como "a final do mundial". San Paolo lotado. Para o clássico, o Milan de Sacchi era todo ataque, com o trio de atacantes de Gullit, Virdis e Evani (Van Basten, se recuperando de lesão, começava no banco). Já o Napoli de Bianchi jogava na defesa, querendo o empate. 
Mas ainda assim, o Napoli começou atacando, mas relaxou. Isso permitiu ao Milan treinado por Sacchi pressionar e chegar ao ataque com força total. E aos 36 minutos, após falta desviada, Virdis aproveitou a sobra e tocou por baixo das pernas de Garella para marcar o primeiro gol rossonero. Vantagem que duraria até o final da 1ª etapa, quando em cobrança de falta magistral, Maradona chutou no ângulo, sem chances para Galli.Mas na segunda etapa, a tática mais defensiva de Ottavio Bianchi foi castigada, e o Milan chegou ao segundo gol. Nessa altura da partida, em vez de recuar, Sacchi ousou colocando um quarto atacante: Van Basten entrara no lugar do apagado Donadoni. A ousadia de Sacchi foi premiada aos 30 minutos, quando após arrancada fulminante de Gullit, o Bola de Ouro de 1987 tirou de Garella com um toque, e Van Basten estava lá para marcar o 3º. O Napoli estava vivo, e após cruzamento de Romano, Careca testou firme para diminuir o marcador. Mas era tarde demais. A liderança do campeonato havia sido perdida. O campeonato havia sido perdido. Ainda assim, este para muitos, foi um dos melhores jogos daquela era de ouro da Serie A nos anos 80. Após a derrota, não havia mais motivação para vencer. Bastavam 3 vitórias em 5 jogos para o título. Acabou com 1 ponto em 10 disputados. E o Milan levantou o caneco na última rodada contra o Como.
Mas como o Napoli perdeu um Scudetto tão fácil? As más línguas logo inventaram de que era coisa da Camorra, afinal, a máfia tinha perdido muito dinheiro nas apostas quando o Napoli garantiu o título na temporada anterior. Para isso, teoricamente seria necessário que o Napoli perdesse o título para se recuperar o dinheiro perdido. 
A resposta pode estar no péssimo relacionamento que se seguiu em meio a reta final do campeonato com Ottavio Bianchi. Os líderes do elenco se rebelaram, especialmente Maradona, Ferrara, Carnevale, Garella e Bagni, além do recém-contratado Careca, quando na reta final da Serie A, com o time brigando pelo título, o treinador tira Maradona do time 2 vezes, além de ter inexplicavelmente colocado Giordano no banco nos jogos decisivos, incluindo a partida contra o Milan. Boa parte do elenco o tratou como culpado pela perda do Scudetto.
A temporada 1988-89 começou com o clima conturbado, mas com o Napoli passando com facilidade em um grupo com Spezia, Sambenedettese, Barletta e Bologna, que foram vencidos pelos partenopei. A única derrota na 1ª fase foi para o Bari, por 2 a 0. Na 2ª fase, ainda antes do começo da Serie A, o Napoli passou invicto por um grupo com Lecce, Cesena e Modena.Enquanto isso, a caminhada na Copa da UEFA começava contra o PAOK, da Grécia. No jogo de ida, no San Paolo, o Napoli venceu por 1 a 0, com gol de Maradona, que marcou seu 1º gol em copas europeias. No jogo de volta, na Grécia, após o Napoli ter saído na frente com gol de Careca, após excelente passe de Maradona, o PAOK empatou com Skartados e, a partir daí, brilhou a estrela do goleiro Giuliani, que segurou a classificação azzurra.Após o sofrimento na Grécia, o Napoli começou a Serie A com vitória diante da Atalanta, Em seguida, veio uma das melhores atuações daquela geração: a goleada por 8 a 2 diante do Pescara, construída com quatro doppiettas: Alemão, Carnevale, Careca e Maradona marcaram. Após a goleada, empate no confronto contra o Lokomotiv Leipzig, campeã da Alemanha Oriental. No jogo de volta, no San Paolo, vitória tranquila azzurra decida logo no começo com novo gol de Francini, e com gol contra de Scholz, e classificando o Napoli para a próxima fase.Em seguida, dois clássicos: Juventus em Turim, e Milan no San Paolo. Duas chances de vingança que virariam duas das melhores partidas daquele time. Primeiro, o duelo contra a Juve em Turim, que foi eletrizante do começo ao fim, e já começou com o Napoli na frente aos 3 minutos, quando Maradona bateu falta para a entrada de Carnevale na área para marcar. Napoli na frente, a rival parecia que iria igualar o marcador, mas logo aos 27, começa a brilhar a estrela do artilheiro: Careca é lançado, encobre Tacconi, mas Brio tira em cima da linha, ainda assim, a bola volta para Careca chutar e marcar o 2º. No final da primeira etapa, o Napoli marcou o 3º com o próprio Careca, que aproveitou falha de Brio e De Agostini para marcar o seu segundo na partida, chutando cruzado.A Juve reagiria, marcando 2 gols em 10 minutos na 2ª etapa, com Galia e De Agostini. Mas o Napoli logo marcaria aos 14 minutos, quando após roubada de bola de De Napoli, ele cruzou para Careca marcar sua tripletta. Maradona saiu machucado, De Agostini descontou para a Juve e Renica marcou o gol da vitória para o Napoli, uma vitória histórica. 5 a 3 em pleno Comunale de Turim. Após o clássico com a Juventus, veio a vitória por 1 a 0 diante do Bordeaux, na fase seguinte da Copa da UEFA, com gol de Carnevale logo no começo da partida. Em seguida, o duelo direto contra o Milan no San Paolo.
Era a oportunidade de uma certa "vingança" pela derrota do ano anterior. O Milan de Sacchi tentaria partir com a mesma tática ofensiva da vitória de maio, pensando até em conseguir um empate, congestionando o meio-campo. Por um tempo funcionou com Maradona sendo parado com faltas e suas tabelas não funcionando. Mas aí o Napoli passou a lançar em profundidade contra a linha estática rossonera. Resultado? Passou a criar mais, e logo no final, Crippa lançou Maradona, que marcaria um de seus gols mais inesquecíveis pelo Napoli, tocando por cima de Galli, de cabeça. Ainda no final do primeiro tempo, filme repetido: lançamentos em profundidade, Maradona ganha da zaga rossonera no alto, e a bola sobra pra Careca chutar e marcar. Na etapa final, o Napoli continuou atacando, e logo no começo, marcou o terceiro, quando Galli deu rebote em chute de Carnevale, e Francini marcou. Virdis ainda descontara de pênalti, mas a humilhação fora decretada com uma arrancada espetacular de Careca, que deixou Baresi comendo poeira. 4 a 1, placar final. 2 humilhações em 2 rodadas. O bônus final foi no final do jogo, as câmeras flagrarem Arrigo Sacchi xingando todo o time do Milan... Depois da vitória diante do Milan, o Napoli engatou 3 vitórias seguidas na Serie A contra os rivais Fiorentina, Verona e Bologna, além de ter se classificado para a próxima fase da Copa da UEFA com o empate em 0 a 0 no jogo de volta no San Paolo contra o Bordeaux. O ano turbulento de 1988 se encerraria com mais turbulência, com derrota no clássico para a Roma. Após empatar sem gols com a Sampdoria e vencer o Ascoli na Serie A por 4 a 1, veio a série de confrontos contra o Pisa. Seja na Serie A, ou nas semifinais da Coppa Italia, o Napoli venceu os 3 jogos, e além disso, se classificou para a final da Coppa. Até o primeiro jogo das quartas contra a Juventus foram mais 3 jogos pela Serie A, com 2 vitórias contra Como e Lecce, e empate diante da Atalanta. Mas havia algo de estranho naquele Napoli de Maradona, especialmente na relação com Bianchi. 
Maradona ainda se ressentia pela perda do Scudetto de 1988. Brigou publicamente com Bianchi na pré-temporada e, assim como outros jogadores, foi multado pela Federação Italiana. Além disso, Maradona teve problemas físicos, sofrendo lesões e perdendo vários jogos, e chegando a não jogar alguns para se poupar para a Copa da UEFA.
Na Copa da UEFA, duelo contra a tradicional rival Juventus. Na ida, após o Napoli perder gols nos primeiros minutos, os bianconeri saíram na frente ainda no começo do primeiro tempo, aos 5, após belo gol de Bruno após jogada ensaiada, coroando sua boa atuação anulando Careca. No final da primeira etapa, Corradini marcou contra tentando cortar cruzamento de Rui Barros. Na segunda etapa, brilhou a estrela de Tacconi, com defesas milagrosas. Após o final da partida, só importava a "remontada" no confronto contra a Juve no San Paolo.O clássico veio no dia 15 de março de 1989. O Napoli precisava procurar o gol para reverter o resultado. O treinador rival, o lendário Dino Zoff, teve a ideia de deixar o soviético Zavarov no banco e lançar Laudrup, para dar mais velocidade aos contra-ataques. Mas, aos 10 minutos, Careca sofreu pênalti, convertido por Maradona. Faltava só um para igualar.O Napoli pressionava. Tacconi fez grandes defesas, mas não conseguiu evitar o gol de Carnevale. A prorrogação foi um jogo de equipes cansadas, praticamente se encaminhando para os pênaltis. Mas a 1 minuto do final, um cruzamento meio sem rumo de Corradini virou rebatida da defesa, a rebatida virou novo cruzamento de Carnevale, que dessa vez encontrou a cabeça de Renica, que se transformaria em gol azzurro. O gol da classificação. O gol que deixaria o San Paolo maluco. O que era quase impossível, tornava-se realidade.1989 começaria com o mata-mata contra o Ascoli na Coppa, no qual o Napoli venceu a ida por 3 a 0, e se classificou por um gol, mesmo perdendo por 3 a 1. Após vencer o Torino fora de casa, havia o confronto direto com a Inter na 17ª rodada. Vencer significava diminuir a distância para a "capolista" Inter para 1 ponto. Mas naquele dia, o Napoli perdeu uma quantidade incrível de gols. Maradona foi bem marcado por Beppe Baresi (irmão de Franco e campeão do mundo em 82), Careca foi bem marcado por Mandorlini. E Zenga fechava o gol. Não haveria resultado diferente que não o 0 a 0. Após a vitória e a classificação na Copa da UEFA, o Napoli começou até a ignorar mais a Serie A. Empatou o clássico com a Lazio e perdeu outro para a própria Juventus no San Paolo, ambos sem a presença de Maradona em campo, já se poupando para a Europa.Logo viria a semifinal contra o Bayern, jogo de ida no San Paolo. A atuação passou longe de ser uma das melhores daquele time. O jogo pode ser definido em três lances: no começo do primeiro tempo, o Napoli quase sofreu um gol, mas Giuliani estava lá pra salvar um chute a queima-roupa de Ekstroem. Maradona não ia bem na partida, mas, aos 40, lançou Careca, que abriu o placar. Na segunda etapa, após o famigerado escanteio curto, Maradona cruzou da direita, e Carnevale se antecipou ao zagueiro e testou firme para o fundo do gol. Uma vantagem importante construída no San Paolo. Na volta no Olympiastadion de Munique, o Napoli podia se dar ao luxo até de perder por um gol de diferença. Os alemães começaram bem na partida, precisavam procurar o gol. Mas Giuliani, Corradini e Crippa fizeram a diferença defensivamente e aos poucos impediam o Bayern de marcar. E logo no começo do jogo, em trapalhada de Flick na frente de Maradona, o argentino dominou e tocou pra Careca fazer o primeiro. O empate veio em seguida com erro da arbitragem. Mas logo os bávaros seriam castigados com uma das armas mortais do Napoli: o contra-ataque, com Maradona lançando Careca na direita para o brasileiro marcar sua doppietta. Ainda na primeira etapa, em bela jogada individual, Reuter empatou para o Bayern. Mas parou por aí. E o Napoli ainda teve um gol mal anulado de Maradona para reclamar. Após a passagem para a final, uma vitória no clássico contra o Verona serviu para empolgar a equipe para o primeiro jogo da final. Havia a expectativa do confronto de Maradona e Careca com o ataque de Jurgen Klinsmann e Maurizio Gaudino, atacante de origem do sul italiano. Arie Haan, técnico do Stuttgart, no início deu uma aula de estratégia ao Napoli. Jogou no 1-4-4-1, com o líbero Allgoewer em campo.Um time mais recuado e que saiu na frente, quando após chutaço de Gaudino de fora da área, Giuliani tomou um frangaço. O Napoli tentou atacar, mas não conseguia marcar de jeito nenhum com a defesa intrasponível dos alemães. Até que no meio da segunda etapa, em chute que Maradona recebeu desajeitado, quase batendo a bola na mano de D10S, a bola bateu na mão de um zagueiro alemão. Pênalti marcado, que Diego cobrou e marcou. O Stuttgart tentou fazer cera o máximo que pode para segurar o empate. Não conseguiu, pois aos 43, após Maradona receber de Carnevale na direita, se livrar de Buchwald, ele cruzou pra Careca chutar meio desajeitado, torto, mas suficiente para fazer o gol da vitória. Bastava um empate para levar o título europeu para o sul. Antes do jogo de volta, o time veio desmotivado, com dois empates diante de Bologna e Roma, que deixaram, as vésperas do jogo decisivo em Stuttgart, a principal rival e líder absoluta Inter, a 2 vitórias do título - podendo ganhá-lo no confronto direto diante do Napoli. Mas o foco era no jogo na Alemanha. O segundo jogo era em Stuttgart, mas o Napoli jogou como se fosse em casa na primeira etapa. E logo em meio a partida fraca até então dos alemães, foi ao ataque, e após passe de Careca, Alemão chutou e marcou. Klinsmann logo empataria de cabeça, mas no final do primeiro tempo o Napoli voltaria a frente do marcadorm com gol de Ciro Ferrara. Um napolitano marcava pelo Napoli na sua primeira final continental.No segundo tempo, o ritmo forte do Napoli continuou, e em mais uma jogada típica do ataque azzurro, o terceiro gol saiu: Carnevale lançou Maradona, que como no lance contra o Bayern, tocou na direita pra Careca. Terceiro gol do Napoli, que praticamente sacramentava o título. A vantagem era tão grande que De Napoli entregou dois gols aos alemães. Mas era tarde para impedir a festa. O Napoli entrava na galeria dos campeões da Copa da UEFA. Festa em Nápoles, como no Scudetto. pós o título, o jogo em ritmo de festa foi o da goleada por 4 a 1 sobre o Torino no San Paolo. E na rodada seguinte, o título interista veio com vitória sobre o Napoli por 2 a 1 .Ainda restava a chance de uma doppietta na temporada. O empate contra a Samp na Serie A foi tratado como um treino para o jogo de ida na final da Coppa contra a mesma Samp. No jogo de ida no San Paolo, o Napoli saiu na frente e venceu por 1 a 0, com gol de Renica, de cabeça, no meio da segunda etapa. Na volta, o Napoli poderia ser campeão da Coppa com um empate, mas tinha problemas com suas duas principais estrelas: Maradona e Careca, ambos com problemas físicos. Careca até chegou a jogar machucado, com contusão na coxa. A Sampdoria triturou o Napoli e venceu por 4 a 0. Depois do último gol, sobraram cenas lamentáveis até o fim da partida. Após a derrota na final da Coppa Italia, não havia como Ottavio Bianchi permanecer no Napoli. Ele encerrava seu ciclo como um dos mais vitoriosos técnicos da história azzurra, mas saindo pela porta dos fundos. Era a oportunidade para Alberto Bigon, que havia sido o 13º colocado com o Cesena em 1988-89 treinar aquela equipe, agora com Maradona já permanecendo na equipe, após Ferlaino ter batido o pé pela sua permanência e ainda tendo suas confusões fora de campo.





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